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Teresina - Piauí

Miss Piauí se defende e explica relação com acusado de tráfico Maikom Sousa

Carina Machado contou com exclusividade ao GP1 como conheceu Maikom e os detalhes da prisão dele.

A Miss Piauí Terra 2023 e dentista Carina Machado concedeu entrevista exclusiva ao GP1 na qual se defendeu das suspeitas que surgiram após ela estar com Maikom Sousa Alves, mais conhecido como "Lacoste", no momento que ele foi preso, em um restaurante de luxo de São Paulo, no dia 24 de abril. Ela revelou detalhes sobre como eles se conheceram e detalhou o momento da prisão.

Carina Machado esclareceu que não tem qualquer envolvimento amoroso com o criminoso que é apontado como líder do PCC no Piauí e contou que conheceu Maikom Sousa através de uma amiga dela, que manteve um breve relacionamento com ele. Além disso, a Miss Piauí reafirmou que não tinha conhecimento sobre as atividades ilícitas que ele realizava.


"Eu conheci ele tem 2 anos, uma amiga minha ficava com ele e então ela me mandou mensagem dizendo que era para a gente sair para jantar, eu fui jantar com ela e ele. Depois disso a gente saiu ainda umas duas vezes que foi em um período que ele passou aqui em Teresina. Aí pronto. Depois disso teve uma vez que ele me mandou mensagem, porque até onde eu tinha conhecimento, o Maikom era empresário e mexia com fazendas, eu lembro que nessa vez ele pediu para eu divulgar a arte de uma vaquejada, um evento que ele estava fazendo e eu até divulguei", contou Carina Machado.

Foto: Reprodução/InstagramCarina Machado, Miss Piauí Terra
Carina Machado, Miss Piauí Terra

A dentista acrescentou que pensava que Maikom Sousa era um cidadão comum, inclusive, relatou que ele postava frequentemente no Instagram mostrando a vida de luxo que levava em São Paulo. "Eu conheci o Maikom como empresário de vários ramos, entre eles era produtor de eventos, tanto que ele postava muita foto com gente famosa, ele frequentava os melhores lugares de São Paulo e vivia no meio de gente famosa, que eu não vou expor aqui para não fazerem com elas o que estão fazendo comigo [ataques de ódio], porque abalou muito a minha saúde mental, mas, por exemplo, a maioria das grandes blogueiras que eu seguia de São Paulo frequentavam o mesmo ambiente que ele", expôs.

“Ele [Maikom Sousa] se mostrou como uma pessoa gentil, gente boa, brincalhão, gente boa demais. Eu também não fiquei perguntando [sobre a profissão dele] porque eu estava acabando de conhecer ele, ele estava ficando era com minha amiga e não tinha cabimento eu querer saber o que ele fazia ou deixava de fazer”, alegou a Miss.

Relação entre Carina e Maikom

Carina Machado negou a existência de relacionamento amoroso e disse que eles tiveram apenas interações pontuais após o fim do relacionamento entre ele e a amiga dela.

"A minha amizade com ele era só que eu postava um meme e ele respondia. O Maikom nunca teve segundas intenções comigo de forma nenhuma, até porque ele postava muito principalmente no 'melhores amigos’, que eu estava nos melhores amigos dele do Instagram, ele postava as meninas que ficava normalmente, demonstrando que levava uma vida normal. Ele doava coisas, fazia doações, ações de caridade e aí eu via ele como uma pessoa boa, do coração bom, mas a gente tinha só interações pontuais", justificou ela.

Foto: Reprodução/InstagramCarina e Maikom
Carina e Maikom

Ida a São Paulo

A jovem confessou que encaminhou um áudio pedindo para o colega Maikom Sousa buscá-la no Aeroporto de Guarulhos, sob a justificativa que ela não conhecia ninguém em São Paulo. Entretanto, Carina Machado detalhou que não dormiu na residência do faccionado, pois ela teria embarcado para São Paulo na noite de domingo, dia 23 de abril, porém, teria enfrentado problemas para encontrar as suas bagagens e portanto, chegou na residência dele apenas horas antes da prisão, na manhã da segunda-feira, dia 24 de abril.

"Eu saí daqui no domingo à noite, meu voo era 18h40 só que atrasou, aí quando cheguei lá [em São Paulo] já era por volta de 23h. Aí eu tinha despachado uma mala grande e um cajado do traje típico, só que eles foram despachados em momentos diferentes, porque a mala grande foi despachada como qualquer outra mala, mas o cajado era frágil, tinha até uma etiqueta de frágil, porque tinha até luminárias nele e afins. Aí quando cheguei lá no Aeroporto de Guarulhos tive dificuldade porque lá é muito grande e eu nunca tinha despachado bagagens antes, então demorei muito para encontrar as bagagens, me perdi lá, pois lá é muito diferente do aeroporto do Piauí”, começou ela.

Na sequência, ela completou: “então fiquei procurando, pedindo informação, aí me falaram onde que eu pegava minha mala rosa. Quando eu peguei a mala, tive que ir atrás do meu cajado porque o tempo de esperar meu cajado foi bem maior. Lembro até que quando pedi meu uber ele pediu para eu ir para o portão 6, ou foi portal 6, e eu falei 'moço, não sei onde é isso não'. Rodei para procurar esse portão 6 e quando eu achei, peguei o Uber e fui para a casa do Maikom já era quase manhã da segunda-feira [24 de abril]. Chegando lá tinha outro amigo do Maikom, o Fábio, aí quando foi 10h o Fábio foi pedir café e a gente comeu. Só que depois eu disse que queria almoçar, aí o Maikom disse que então ia me levar para conhecer um restaurante para conhecer São Paulo e tal, aí a gente foi para o restaurante", disse Machado.

Prisão

Carina Machado narrou com riqueza de detalhes como aconteceu a abordagem dos policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo durante a prisão do Maikom Sousa, bem como o cumprimento do mandado de busca e apreensão no apartamento dele.

“Nós estávamos jantando e quando os policiais chegaram foi muito civilizado, a gente estava saindo do restaurante quando os policiais chegaram. Eles nem estavam com roupas de policiais, só com os distintivos, aí quando os policiais chegaram o Maikom já levantou as mãos à cabeça, o Fábio também ficou com a mão na cabeça e eu fiquei livre porque acho que de cara os policiais notaram que eu não tinha nada a ver com a situação, eu acho que eles já estavam investigando e sabiam que eu estava lá por acaso. O Maikom não reagiu, a única coisa que ele fez ali na hora foi me dizer 'desculpas, Carina, por essa situação'. Eu nem pude perguntar o que era que estava acontecendo porque eles não deixaram o Maikom falar mais nada e colocaram ele dentro da viatura”, disse Carina.

Depois, a Miss Piauí Terra contou que o celular dela e do Fábio, que é amigo do Maikom, foram recolhidos temporariamente. “Só que na hora deles [policiais] recolherem os celulares, o Maikom estava com dois celulares, não sei se o Fábio estava com um celular ou dois, e aí eles pegaram meu celular, mas foi uma coisa muito civilizada”, relembrou.

“Teve um policial que olhou para mim, perguntou o que eu era dele [do Maikom], eu expliquei a história e ele disse 'tudo bem', aí ele me disse que precisava de alguém para ir até à casa dele [Maikom] porque se não iam dizer que eles [policiais] implantaram provas, então eles disseram que ia eu e o Fábio para a casa do Maikom e eu disse que tudo bem. Aí quando chegamos lá os policiais não acharam nada na casa dele, fuçaram tudo lá, mas não encontraram nada, aí o moço disse que eu já estava liberada, mas aí eu perguntei do meu celular que eles tinham levado e eles disseram que só o delegado poderia liberar, então pedi para ir junto com os policiais para delegacia, com intuito de recuperar meu celular", explicou Carina Machado.

Na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo, Carina narrou que esperou algumas horas para conversar com o delegado, buscando recuperar o celular dela. Durante o diálogo, ela afirmou que desbloqueeou o celular por livre e espontânea vontade e deixou o delegado inspecionar o aparelho. Após concluída a inspeção, ela contou que ele fez a devolução.

Início do confinamento

Em seguida, após ter recuperado o seu celular, Carina afirmou que voltou ao apartamento do Maikom Soares apenas para recolher suas bagagens para se hospedar em um hotel, que ela passou a noite sozinha, para no dia seguinte, na terça-feira dia 25 de abril, ela se hospedar no Sheraton São Paulo WTC Hotel, onde as misses do concurso Miss Brasil Terra 2023 ficariam confinadas.

"Eu fui na casa do Maicon pegar uma bolsa minha que estava lá. Em nenhum momento eu fui expulsa da casa do Maikom. Eu voltei lá para pegar uma bolsa minha que estava lá, as minhas bagagens né?! Depois fui para um hotel que eu já tinha reservado", frisou ela.

Confusão com a tia do Maikom Soares

Ao relembrar dos fatos, a Carina Machado destacou que a confusão com a Edilene Lima, tia do Maikom Soares, foi por causa de um equívoco motivado pelo empréstimo de um casaco de grife dele. "No restaurante eu estava com frio, porque eu fui de vestido, o ambiente é climatizado e lá estava muito frio, então ele [Maikom] me emprestou um casaco e aí no meio disso tudo [prisão] eu saí com esse casaco dele, tá entendendo? Foi só isso. Levei o casaco porque ele tinha me emprestado mas eu não ia roubar o casaco não", pontuou.

"Aí eu conversei com a tia dele porque até então, a tia dele estava muito educada comigo no WhatsApp. Eu disse [para a tia do Maikom]: 'olha eu vou deixar o casaco no hotel na terça-feira [25 de abril] né? Porque era para onde eu estava indo, para o hotel do confinamento das Misses. Aí então ela estava aparentando ser educada e disse: 'não, tudo bem!' e aí eu deixei o casaco lá na na terça, só que depois da terça ela foi fazer os escândalo dela, né?", afirmou Carina.

Carina contou ainda que a família de Maikom chegou a pedir desculpas a ela pelo ocorrido. "A família do Maikom, através da irmã dele, pediu desculpas pela situação. Eu já conversou com a família dele e o que ocorreu com a tia dele foi um nervosismo do momento. Ninguém estava sabendo o que realmente estava acontecendo”, afirmou.

Desistência do concurso Miss Brasil Terra 2023

A Miss Piauí assegurou que a organização do concurso Miss Brasil Terra acreditou na versão dela sobre os fatos, manteve apoio irrestrito à ela e incentivou a sua permanência no concurso, mas quando ela definitivamente desistiu, a organização respeitou sua decisão.

"Em nenhum momento eles duvidaram de mim, eles me deram todo o apoio. E as meninas são incríveis, a gente fez até um grupo agora depois que o concurso acabou, né?! Para gente manter o contato. Então todo mundo é incrível e lá a organização do concurso também foi incrível", pontuou.

Carina Machado expôs que a motivação por trás da sua desistência foram reportagens que causaram sérios danos psicológicos à ela. "Porém, meu psicológico estava muito abalado porque eu nunca me envolvi em polêmica. Só que eu estava seguindo firme no concurso, né? Porque eu estava com a minha consciência tranquila, aí mesmo com minha mente abalada eu estava seguindo firme no concurso, só que quando deu o dia 27 [de abril], que foi o dia que eu desisti do concurso foi quando saiu uma reportagem sobre mim e aí quando eu escutei aquelas mentiras sobre mim, que são mentiras e eu tenho comprovado tudo, né? Falaram até que eu comprei meu diploma porque eu era muito nova para ser formada. Então eu acho que isso que era para ser uma coisa boa, eu sou muito nova para ser formada porque eu entrei na faculdade realmente muito nova com 17 anos porque eu nunca reprovei. Então foi uma coisa que me abalou muito", desabafou a Miss Piauí.

Saúde mental

A jovem de 22 anos, que já ostenta 6 títulos na carreira de miss, ponderou que apesar do sonho que tinha de conquistar o Miss Brasil, a crise da sua saúde mental, diante da avalanche de notícias e ataques de ódio que recebeu, fizeram com que ela abdicasse do sonho e empenhasse sua dedicação aos cuidados com a saúde mental.

"O Miss Brasil no momento, era o de menos, entende? Era um sonho meu de criança porque eu tenho essa carreira de miss desde criança, ao todo tenho 6 títulos de miss, e aí a gente quer chegar no Miss Brasil. Só que eu estava em um momento da minha vida que meu psicológico estava tão acabado que eu não queria mais nem ver. Até hoje se você falar de Miss para mim, eu traumatizei com esse negócio de Miss de verdade. Eu peguei um trauma tão grande que se alguém me chamar hoje para ganhar R$ 100 mil em um concurso eu não vou. Eu perdi dinheiro, né? Porque eu desisti do concurso e investi muito, que eu paguei taxa de inscrição tudo do meu bolso, né? Taxa de inscrição, passagem, vestidos, paguei coroa, paguei faixa, tudo", continuou Carina.

A dentista, então explicou que os cuidados consistem em frequentar terapia e tomar medicação contra ansiedade. "Só que quando você está mal, isso aí é o de menos, você quer só ficar bem. Antes de eu participar do concurso eu nunca tive nada de crise de ansiedade, eu não tinha nada disso, nada. Só depois eu tive esses problemas que eu estou tendo que tratar com a terapia e com medicação", concluiu a Miss Piauí.

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