Um ex-vendedor da rede de lojas Casas Bahia, identificado como Antônio Igor Carlos da Silva, está sendo acusado de aplicar golpes em vários clientes na filial da loja, localizada na rua Álvaro Mendes, no Centro de Teresina. O suspeito, que já virou réu na Justiça em um dos casos, ainda está respondendo a mais três inquéritos na Polícia Civil do Piauí.
O delegado titular do 1º Distrito Policial, Sérgio Alencar, que é responsável pelas investigações, chegou a representar pela prisão preventiva do ex-vendedor, mas até o momento ainda não obteve uma resposta da Justiça.
Réu na Justiça
A denúncia do Ministério Público foi recebida no dia 3 de abril pelo juiz Francisco das Chagas Ferreira, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Teresina.
Segundo a denúncia do Ministério Público, ajuizada pelo promotor Sávio Eduardo Nunes de Carvalho, Antônio Igor é acusado de embolsar o valor pago por uma cliente, após realizar o falso pedido de um eletrodoméstico no sistema da loja.
O promotor narra na denúncia que no dia 11 de março de 2022 uma mulher se dirigiu até a loja da Casas Bahia e comprou uma geladeira no valor de R$ 3.300,00, à vista, vendida por Antônio Igor. Ocorre que ela não recebeu o eletrodoméstico comprado e, ao retornar a filial para saber o que teria ocorrido, foi informada pelo gerente que a compra havia sido cancelada e que o vendedor estaria aplicando golpes nos clientes da loja.
“Na ocasião, evidenciou-se que o vendedor Antônio Igor Carlos Da Silva, responsável pela citada transação, realizou um falso pedido no sistema de forma que o importe pago pela cliente acabou sendo depositado na conta bancária deste. Aprofundando-se mais na questão, o gerente da empresa Casas Bahia, verificou que Antônio Igor já havia feito outras ações criminais similares a esta, no interior daquela loja, com clientes distintos, tendo sido afastado por justa causa no mês de maio de 2022”, destacou o promotor Sávio Eduardo.
O representante do Ministério Público pediu a condenação do ex-vendedor pelo crime de estelionato. Ao receber a denúncia, o juiz Francisco das Chagas Ferreira entendeu que havia justa causa para o prosseguimento do feito. “Verifico presente a justa causa para a deflagração da ação penal, vez que da prova constante dos autos apuro indícios suficientes de autoria e de materialidade do(s) crime(s) narrado(s) na denúncia”, decidiu o magistrado.
Alvo de inquéritos
Antônio Igor Carlos da Silva é alvo de mais três inquéritos instaurados pela Polícia Civil do Piauí, por meio do delegado Sérgio Alencar, titular do 1º Distrito Policial, que chegou a representar pela prisão preventiva do acusado.
O delegado representou pela prisão do ex-vendedor no dia 10 de março, em todos os inquéritos instaurados, que investigam casos diferentes, todos ocorridos em março do ano passado.
O primeiro caso aconteceu no dia 9 de março de 2022, quando uma idosa se dirigiu até a loja da Casas Bahia e comprou, à vista, um fogão e uma geladeira através de Antônio Igor, cujo valor totalizou R$ 5.300,00. Ocorre que ela não recebeu nota fiscal e os produtos não chegaram no endereço da cliente, até que ela se dirigiu ao estabelecimento e foi informada pelo gerente que a compra havia sido cancelada e que o Antônio Igor estaria aplicando golpes em clientes.
O segundo caso aconteceu em 17 de março de 2022. Um cliente se dirigiu a loja e foi atendido por Antônio Igor, comprando uma mesa com seis cadeiras pelo valor de R$ 2.423,00, compra essa que ele também não recebeu em casa. A vítima procurou a loja no dia 7 de abril e foi informada pelo gerente que a compra havia sido cancelada no mesmo dia em que fora efetuada pelo vendedor.
O terceiro caso foi contra um vendedor da mesma loja. Ele procurou a polícia e registrou Boletim de Ocorrência, relatando ter sido vítima de furto, após verificar compras em seu cartão de crédito que ele não reconhecia. O prejuízo financeiro totalizou R$ 15.895,00.
Segundo o vendedor, o cartão foi furtado de dentro do seu armário que fica na loja, e que Antônio Igor teria confessado o crime, tendo inclusive devolvido a ele R$ 13.500,00. Além disso, Antônio Igor é suspeito de usar a matrícula funcional do então colega na empresa para aplicar o golpe de efetuar e depois cancelar a venda do produto, embolsando o dinheiro.
Pedido de prisão
Diante dos depoimentos de testemunhas e informações levantadas no bojo dos inquéritos, o delegado Sérgio Alencar decidiu representar pela prisão preventiva de Antônio Igor Carlos da Silva. O titular do 1º Distrito Policial também pediu que a Justiça autorizasse mandado de busca no endereço do acusado.
O que diz o acusado
Intimado para depor no âmbito dos inquéritos policiais, Antônio Igor exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio, deixando para apresentar sua versão apenas perante a autoridade judicial.
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