O policial civil Fernando Aragão, diretor de Operações de Trânsito, explicou em entrevista ao GP1, nesta segunda-feira (06), como funcionava o esquema que recrutava pessoas para a retirada de veículos no Departamento Estadual de Trânsito do Piauí (Detran-PI) com documentos falsos. Elias Moita Silva Queiroz e Enoque Silva Fernandes foram presos, na sexta-feira (03), mas já foram soltos após decisão da Justiça.
Segundo Fernando Aragão, as vítimas eram abordadas por um falso despachante que oferecia o serviço para fazer a retirada desses veículos que eram apreendidos durante as blitzen em troca de um valor. “Após as blitzen os veículos são encaminhados para o pátio do Detran, que possui um convênio com a VIP Leilões, e muitas vezes as pessoas, por estarem desinformadas, iam até a VIP para tentar retirar esses veículos e lá encontravam um rapaz que se passava por despachante”, relatou.
As pessoas recrutadas eram, na maioria das vezes, moradores de rua ou usuários de drogas que recebiam tratamento especial para participarem do golpe. “Ele [falso despachante] recebia a documentação das vítimas e afirmava que ia retirar o veículo mediante um pagamento e com os dados da vítima, ele recrutava moradores de rua ou usuários de drogas, dava banho, cortava cabelo, fazia bigode, dava roupa nova, tirava foto e colocava nos documentos falsos e depois fazia com que essas pessoas de posse da documentação dos veículos e dos proprietários fossem até o Detran se passando pelo real proprietário para receber o veículo”, explicou Fernando Aragão.
"A Diretoria de Infrações do Detran começou a perceber que os documentos eram falsos e passou a nos subsidiar com informações acerca desse pessoal. Nós então pedimos apoio à Polícia Metropolitana e fomos ao Detran onde estavam duas pessoas nos guichês com documentos falsos tentando retirar veículos. Foram presos Elias e o Enoque, inclusive, o Enoque tinha três documentos com nomes diferentes. Foi constatado o crime e eles foram levados para a Central de Flagrantes", pontuou o diretor Fernando Aragão.
Investigação vai continuar
“Os autos serão enviados para a antiga Polinter para que as investigações deem continuidade, uma vez que contra o falso despachante, de iniciais J.B.D.C., existem 17 boletins de ocorrência e sete ações por estelionato e furto. Será feito todo um trabalho de investigação para saber como ele conseguiu as cédulas de identidade, onde fazia essa falsificação e se tem mais alguém envolvido”, declarou Fernando Aragão.
Ainda conforme o policial, o grupo já havia conseguido retirar dois veículos que ainda não foram localizados. “Nós vamos fazer esse levantamento para tentar localizar onde estão os veículos que foram retirados e se existem outras pessoas envolvidas”, concluiu.
Prisão e soltura
A Polícia Civil do Piauí prendeu na sexta-feira (03) dois homens acusados de usar registros de identidade falsos para retirar veículos apreendidos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), localizado na zona sul de Teresina.
Conforme as informações repassadas pela polícia, os suspeitos teriam conseguido retirar vários veículos em outras oportunidades, mas foram identificados e capturados na sexta (03).
As duas prisões foram realizadas pela equipe da Diretoria da Polícia Metropolitana (DPM), com o apoio das informações da Diretoria de Operações de Trânsito da Secretaria de Segurança Pública do Piauí.
No dia seguinte, o juiz Edson Alves da Silva, da Vara Núcleo de Plantão Teresina, concedeu liberdade provisória a Elias Moita Silva Queiroz e Enoque Silva Fernandes acusados de usar registros de identidade falsos para tentar retirar veículos apreendidos no Departamento Estadual de Trânsito do Piauí (Detran).
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