O delegado de Polícia Civil, Fábio Freire de Albuquerque, da Central de Flagrantes de Teresina, requereu à Justiça do Piauí, nesta terça-feira (28), a prisão preventiva de Valmir Feitosa dos Santos, 32 anos, acusado de assassinar covardemente com golpes de faca a sua ex-companheira, Liana Linhares Lopes, de 28 anos. O feminicídio ocorreu nessa segunda-feira (27), na frente da filha de 11 anos do casal, na casa em que moravam no Parque Vitória, zona sul de Teresina.
O GP1 obteve acesso, com exclusividade, ao auto de prisão em flagrante e ao pedido formulado pela autoridade policial. O acusado foi autuado por crime de homicídio qualificado (feminicídio praticado na presença física de descendente da vítima e em âmbito de violência doméstica e familiar).
O delegado considerou a existência de indícios suficientes de materialidade e autoria do crime e, portanto, fundamentou o requerimento de prisão preventiva sob alegação da necessidade de garantir a ordem pública, assegurar a aplicação da lei penal e conveniência da instrução processual. Além disso, foi pontuado também pelo delegado Fábio Albuquerque que há risco de fuga do acusado.
“O crime abalou a comunidade local; as testemunhas ficaram muito receosas e só aceitaram prestar depoimento sob sigilo de seus nomes; o perfil do indivíduo deixa absolutamente claro a falta de escrúpulos e potencial de cometer novos delitos; há concreta possibilidade de fuga; notória periculosidade in concreto do representado, pessoa de comportamento perigoso, que sua conduta espalha medo na comunidade”, argumentou a autoridade policial da Central de Flagrantes de Teresina.
“Diante da gravidade da infração penal e dos riscos de impunidade, o cerceamento da liberdade do indivíduo mostra-se adequado e proporcional, não sendo cabível nenhuma outra medida cautelas. Ante o exposto, represento pela prisão preventiva de Valmir Feitosa dos Santos”, solicitou o delegado Fábio Albuquerque.
O requerimento deve ser analisado por um juiz, que passa a decidir se decreta a prisão preventiva ou concede liberdade provisória ao acusado, com aplicação ou não de medidas cautelares diversas da prisão preventiva.
Medida protetiva
Narram as informações ainda que a vítima, Liana Linhares Lopes, tinha medida protetiva de urgência contra o ex-companheiro, Valdemir Feitosa dos Santos, concedida no dia 12 de junho de 2023, pelo juiz Virgílio Madeira Martins Filho, do 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Teresina.
Ameaças contra a ex-esposa
De acordo com o relato do irmão da mulher assassinada para os agentes da Polícia Civil do Piauí, Liana e Valmir foram casados por cerca de 13 anos e tiveram três filhos, uma garota de 11 anos de idade, que testemunhou o crime, outra menina de 6 anos e um menino de 4 anos. Entretanto, o casal estava divorciado a contragosto do homem há cerca de 5 meses, porque ele teria abusando do vício em drogas.
Ainda segundo o depoimento do irmão da vítima, como Valmir Ferreira não aceitava a separação, ele fazia ameaças contra Liana, afirmando que se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém. As ameaças motivaram a mulher a registrar Boletim de Ocorrência contra o ex-marido e pedir medida protetiva contra ele.
O crime
Uma mulher identificada como Liana Linhares Lopes, 28 anos, foi assassinada com vários golpes de faca, na frente da filha, pelo ex-marido identificado como Valmir, na noite dessa segunda-feira (27), no Parque Vitória, zona sul de Teresina.
O GP1 apurou que por volta de 23h, Valmir se dirigiu até a residência onde a vítima morava com os filhos e partiu para cima de Liana. A jovem foi agredida várias vezes, até que o cabo da faca quebrou e ela conseguiu gritar por socorro.
Um dos irmãos de Liana, que mora nas proximidades, ouviu o pedido de socorro da irmã e da sobrinha, de 11 anos, e foi até o local. Ele ainda conseguiu capturar o ex-cunhado com a ajuda de populares e acionou a Polícia Militar, que o conduziu para a Central de Flagrantes de Teresina, onde ele foi autuado.
Já Liana Linhares Lopes não resistiu aos ferimentos e foi a óbito em casa. O Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) conduz as investigações sobre o caso.
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