O pai de um jovem diagnosticado com autismo e esquizofrenia denunciou ao GP1 nessa sexta-feira (05), que o filho foi espancado por funcionários do Instituto Volta Vida, hospital psiquiátrico localizado no bairro Verdecap, zona sudeste de Teresina.
Segundo Rougilson James Ferreira Probo, seu filho, Marcelo Henrique Ribeiro Probo, de 23 anos, deu entrada na clínica psiquiátrica no dia 20 de maio de 2022 e 11 dias depois, no dia 31 de maio de 2022, deu entrada no Hospital Santa Maria com traumatismo craniano.
“No dia 20 de maio eu internei meu filho nessa clínica Instituto Volta Vida para tratar problemas psiquiátricos. Ele é autista e esquizofrênico. Internei na esperança de que fosse bem tratado para amenizar os problemas dele. No entanto, no dia 31 de maio recebi uma ligação por volta de 23h30 de uma enfermeira dizendo que ele tinha sofrido um acidente e tinha sido encaminhado ao Hospital Santa Maria. Quando chegamos ao hospital me deparei com ele na maca já vindo da tomografia e indo para ser entubado e ser levado para a UTI”, relatou Rougilson James.
O pai de Marcelo Henrique contou que o filho chegou ao hospital apenas acompanhado de um enfermeiro, que não era responsável pela ala em que ele estava instalado.
“Lá ele estava na companhia de um enfermeiro que disse que não era do setor dele, era do setor de dependentes químicos, quando ele deveria estar acompanhando uma pessoa do setor psiquiátrico. Perguntei por quê o enfermeiro do setor dele não se encontrava e o funcionário não soube dizer. Depois disso, o psicólogo que o acompanhava não atendeu mais minhas ligações e nem respondeu minhas mensagens”, contou Rougilson James.
Rougilson disse ainda que o instituto não prestou esclarecimentos sobre o caso e que o próprio filho admitiu que havia sido agredido por pelo menos um funcionário e um enfermeiro da clínica psiquiátrica.
“A clínica só veio me procurar três dias depois, fiquei a noite toda no dia 31, dia 1° de maio o dia todo com minha esposa e ninguém da clínica falou nada. Ele chegou acompanhado de um enfermeiro, médico não tinha. Tinha uma série de desencontros. Meu filho saiu sequelado com traumatismo craniano. Ele me falou que sofria agressões diariamente de um funcionário da clínica e de pelo menos um enfermeiro”, concluiu o pai de Marcelo Henrique.
Caso está sendo investigado pela Polícia Civil
A assessoria de imprensa da Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí afirmou que foi instaurado um inquérito policial sobre o caso, que está sendo conduzido como tentativa de homicídio. O delegado responsável pelas investigações, Antônio Madson, já realizou oitivas e o inquérito segue em andamento no 21º Distrito Policial.
O que diz o Instituto Volta Vida
Procurado pelo GP1, o Instituto Volta Vida afirmou que "devido a questões de sigilo médico e a lei geral de proteção de dados, nós não podemos externar mais detalhes sobre isso. O que podemos afirmar é que não houve qualquer tipo de agressão ao paciente por parte de nosso corpo clínico".
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