Moradores da Ocupação Mirante do Uruguai, localizada entre os bairros Planalto Uruguai e Dom Avelar, na zona leste de Teresina, queimaram pneus e fecharam uma avenida em protesto a reintegração de posse do local, que deve ser cumprida ainda nesta terça-feira (24). Equipes do Batalhão de Choque e Corpo de Bombeiros do Piauí estão no local desde as primeiras horas da manhã, mas há resistência por parte dos ocupantes.
Leonardo do Nascimento, representante dos moradores, relatou ao GP1 que mais de 70 famílias residem na área ocupada, incluindo crianças e idosos. O representante afirmou que o terreno ocupado é de propriedade da Prefeitura de Teresina.
“São cerca de 76 famílias que vivem aqui. A gente recebeu hoje pela manhã essa visita inesperada dessa guarnição a mando do juiz e do prefeito. Nós estamos apenas reivindicando o direito de moradia, para que a gente possa ter uma moradia digna e de qualidade. O prefeito disse que não iriam tirar nós há dois meses e agora acabamos surpreendidos com isso. Esse terreno é da prefeitura, a gente quer saber para onde nós vamos, porque não tem estratégia para a gente. Hoje essa área ocupada tem rua, casas, água, tudo feito. Queremos permanecer aqui”, explicou.
O coordenador do gerenciamento de crise da Polícia Militar do Piauí, major Jamson, ressaltou que os moradores foram informados há cerca de 10 dias sobre a ordem judicial de reintegração de posse e que as forças de segurança estão no local apenas para garantir o cumprimento da decisão com o mínimo de conflito.
“A PM chegou há 10 dias fazendo contato com as lideranças que representam os atuais ocupantes informando que já existe uma ordem judicial de reintegração de posse. Essa ordem foi determinada para hoje, estamos acompanhando os oficiais de justiça e a polícia militar neste momento visa garantir que a ordem seja cumprida com o mínimo de conflito possível, nem para os ocupantes para os autores da ordem. Estamos há mais de 5h esperando para cumprir essa ordem, esperando a melhor forma e a melhor maneira.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) também participam da ação. O major Jamson explicou que o Conselho Tutelar também foi acionado por conta de crianças em situação de vulnerabilidade na ocupação.
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