Os professores da rede municipal de Educação de Juazeiro do Piauí decidiram paralisar as atividades por 72 horas. A paralisação iniciou à meia-noite de terça-feira (22) e vai encerrar à meia-noite do sexta (25). Caso o prefeito Wilson Gomes não se manifeste acerca do reajuste de 33,24% para a categoria, os professores iniciarão greve por tempo indeterminado.
Em entrevista ao GP1, nesta quinta-feira (24), a professora efetiva Francilene Soares contou que a paralisação foi definida durante assembleia realizada ontem (23). “Ontem, durante uma assembleia geral, a gente decidiu paralisar até sexta-feira, dando 48 horas para o prefeito se manifestar a respeito. Se ele não entrar em acordo com a classe, a gente entrará em greve”, afirmou a professora.
Ainda de acordo com a professora, a categoria não aceita a proposta ofertada pelo prefeito. “Ele não documentou nada, mas através de um vídeo ele ofertou 20% e a classe só aceita se for os 33,24% como manda a lei”, ressaltou Francilene.
“Foram feitas duas reuniões com o prefeito, e ele alega que o município não tem condições de pagar devido às dívidas de gestores passados”, completou a professora.
Outro lado
Ao GP1, o prefeito Wilson Gomes relatou que o município só pode pagar, no momento, os 20% de reajuste. “A minha mãe é professora, eu sei da dificuldade, da luta do professor, mas a situação é que não é questão de escolha, mas é o município que não tem condições nenhuma de arcar com os 33,24%. Nós temos um déficit de 30% do Fundeb, em torno de R$ 2 milhões a menos”, explicou.
“Hoje, em Juazeiro do Piauí, a gente concedendo reajuste de 33,24%, 98% dos recursos do Fundeb ficarão comprometidos só com a folha de pagamento, sobrando em torno de 2% para custear as outras despesas da Educação. É uma situação difícil, eu não queira estar passando por isso, eu sei que os professores merecem”, completou o prefeito.
Wilson Gomes disse ainda que o reajuste oferecido de 20% já é muito arriscado, mas que vai trabalhar para pagá-lo. “Nós apresentamos inicialmente um reajuste de 13,87% e na última reunião a gente chegou a 20%, o que vai comprometer 90% dos recursos, ficando 10%. É muito arriscado, mas eu me comprometi de correr atrás, de dar os 20% e trabalhar para que no início do ano a gente consiga regularizar essa situação. Minha vontade é de resolver, mas a situação real é essa”, concluiu.
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