Durante a sessão plenária do Tribunal Popular do Júri, na tarde desta quarta-feira (16), o irmão e acusado de matar a advogada Izadora Mourão, João Paulo Santos Mourão, atribuiu a autoria do crime à sua mãe e afirmou ter sido prejudicado por ela.
Ao ser questionado pela promotoria no julgamento, o jornalista alegou não ter participação no crime e afirmou que somente soube que sua mãe era a suspeita do crime quando já estava preso na Cadeia Pública de Altos, sob a suspeita de ter realizado o assassinato da advogada.
“Fico muito triste pelo que minha mãe fez me prejudicou e causou revolta, revolta nos filhos da minha irmã, filhos das minhas tias, em meus familiares. Eu fico muito triste com o que aconteceu, porque eu sempre acreditei no que ela me falou e eu não tinha o que duvidar dela, mas a versão dela deixou brechas sem o entendimento que pudesse confirmar o que ela estava dizendo”, disse João Paulo.
No dia do crime
Ainda de acordo com o irmão da advogada Izadora Mourão, no dia do crime, ele somente soube da morte da irmã após ser acordado pela mãe.
“Nesse sábado eu fui deitar no quarto da minha mãe e por volta de 9h, fui acordado pela minha mãe e pela diarista, ambas estavam chorando e disseram que minha irmã estava morta, eu não entendi, pois estava meio sonolento e eu disse que era melhor chamar o SAMU e disseram para eu ir ver que ela estava morta, Me conduziram até a porta do meu quarto e eu vi aquela cena, que foi mostrada nos registros dos autos e eu fiquei em estado de choque, paralisado e sem saber o que fazer, sem saber como reagir para uma situação daquela. Fechei e abri meus olhos para ver se aquilo era realidade, se eu não estava tendo um pesadelo, mas infelizmente era realidade, era minha irmã que estava ali, com marcas de sangue no tórax e aparentemente já sem vida”, relatou.
Entenda o caso
Izadora Santos Mourão, 41 anos, foi assassinada com pelo menos sete facadas dentro de casa, no município de Pedro II, no dia 13 de fevereiro de 2021. A princípio, circulou a informação de que ela teria sido morta por uma mulher, que sequer foi identificada.
Dois dias depois, o irmão de Izadora, João Paulo Mourão, acabou sendo preso pela equipe do delegado Danúbio Dias, acusado de assassinar a advogada a facadas. A Polícia Civil prendeu o jornalista em flagrante em sua residência na cidade de Pedro II, na tarde do dia 15 de fevereiro.
A investigação do DHPP apontou que a mãe de Izadora, Maria Nerci, criou um falso álibi para acobertar o filho, o jornalista João Paulo Mourão. “A mãe dele, quando viu a moça morta, a primeira coisa que fez, em vez de ligar para a polícia, ligou para uma faxineira para ela [a faxineira] dizer que ele [João Paulo] estava dormindo, para criar um álibi”, disse o delegado Barêtta à época dos fatos.
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