A Justiça decretou a prisão preventiva do tenente da Polícia Militar do Piauí, Hélio Avelino Cardoso, acusado de matar o motociclista Agno Santos Vieira, de 21 anos, no último sábado (12), na PI 140, em Floriano. Agno furou uma barreira policial, quando foi baleado e acabou morrendo.
Segundo a coronel Elza Rodrigues, relações-públicas da Polícia Militar do Piauí, o policial se apresentou espontaneamente, teve sua arma recolhida e após a audiência de custódia a prisão preventiva foi decretada.
Foi instaurado ainda um inquérito policial militar para investigar o caso.
O que diz a defesa
Segundo o advogado Otoniel Bisneto, responsável pela defesa do tenente da PM, o policial possui mais de 30 anos de serviço e sempre apresentou boa conduta, inclusive, se apresentando logo após o ocorrido. “O tenente tem mais de 30 anos de serviço, é um tenente que tem uma conduta inidônea, se apresentou no quartel, prestou socorro à vítima, fez toda a condução conforme manda o regramento legal e ainda sim a Corregedoria da Polícia Militar mandou autuá-lo em flagrante, quando a lei determina que ele deveria apenas fazer o auto de apresentação, determinando para que depois fosse efetivamente apurado”, criticou.
Ainda conforme o advogado, o disparo efetuado pelo policial não teve o sentido de provocar a morte da vítima. “O policial estava na barreira por volta de 18h, deu o sinal de parada, houve a fuga e depois o disparo. O disparo não foi no sentido de provocar a morte, todavia ele morreu depois do choque hipovolêmico. Nesse meio o que a gente percebe é a distorção das informações e em desfavor de um clamor público, em desfavor da polícia. Ninguém levanta a voz para fazer a defesa que a vítima fugiu da barreira, andava em uma moto que foge totalmente ao regramento do trânsito. Chama atenção também o fato de que o falecimento se deu em razão do choque hipovolêmico e não efetivamente causado pelo tiro, foi justamente pela falta de atendimento”, frisou Otoniel Bisneto.
Otoniel Bisneto criticou ainda a falta de equipamento adequado dos policiais para lidar com esse tipo de ocorrência. “O que chama atenção é o fato que os policiais trabalham sem equipamento adequado ao uso, por exemplo, pistola taser, elas deveriam ser colocadas em todas as estruturas dos policiais, para que em casos como esses seja disparada a pistola taser e não pistola letal. Isso é um fato muito grave que está passando despercebido e esse não é o primeiro caso de pessoas que desobedecem a ordens de parada. Essa é uma questão de segurança pública e que envolve o Comando da Polícia”, finalizou o advogado de defesa.
Entenda o caso
Um jovem identificado como Agno Santos, de 21 anos, foi morto a tiros após desobedecer a ordem de parada em uma barreira policial na tarde do último sábado (12), na PI 140, na cidade de Floriano, região Sul do Piauí.
Conforme informações repassadas pelo Comando da Polícia Militar do Piauí, uma guarnição policial estava realizando uma blitz na PI 140, quando o jovem, que conduzia uma motocicleta, desobedeceu a uma ordem de parada dos policiais.
Testemunhas relataram que o piloto da motocicleta acelerou bruscamente com o intuito de furar a barreira e o policial responsável pela blitz efetuou um disparo de arma de fogo, que acabou atingindo o motociclista.
Agno dos Santos ainda chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Tibério Nunes, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.
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