A pedagoga Adriana Ribeiro, que atua na Coordenadoria Estadual de Políticas para as Mulheres do Piauí (CEPM-PI), entrou em contato com o GP1 denunciando que foi vítima de agressão por parte de um motorista de aplicativo na tarde desta quinta-feira (24), durante uma corrida na zona leste de Teresina. Segundo Adriana, o condutor do veículo quis expulsá-la, após ela criticar o presidente da República, Jair Bolsonaro, em uma conversa por telefone com uma terceira pessoa.
Adriana Ribeiro, que atua como gerente de promoção de políticas públicas para as mulheres, afirma que saiu do trabalho e pediu a corrida pelo aplicativo 99, com destino a sua casa. “Pedi uma corrida na 99 do meu trabalho, eu trabalho na Coordenadoria de Mulheres do Estado, até a minha residência no Planalto Ininga. Porém, no percurso, já na Rua Alaíde Marques, na rua da minha casa, eu tirei a máscara por um minuto, porque tinha uma coisa no meu dente me incomodando, e ele pediu: ’senhora, coloque a máscara’, e eu disse ‘me desculpe, só foi por um minuto’. E eu recoloquei”, contou.
De acordo com a pedagoga, em seguida ela iniciou uma conversa via WhatsApp com a sua filha e em determinado momento criticou o presidente Jair Bolsonaro. “Estava conversando com minha filha no celular, falando sobre a questão da guerra, das atualizações do que estava acontecendo com a Rússia e a Ucrânia, e ela falou que até o momento o presidente não tinha se pronunciado. Eu disse ‘esse presidente é um ordinário’, quando eu falei isso ele simplesmente parou o carro e disse assim: ‘não fale de política comigo’”, informou.
Ainda conforme Adriana, ela pediu desculpas ao motorista, mas ele a mandou sair do carro, um Renault Logan, de cor preta. “Eu disse: ‘moço, está proibido falar no WhatsApp? Eu estou falando com uma pessoa, mas tudo bem, quando eu chegar em casa eu converso, já que o senhor não gosta’. Ele simplesmente parou o carro e disse ‘desça do meu carro agora’, no meio da rua, uma rua deserta”, detalhou.
A pedagoga relata que o homem ameaçou tirá-la à força do veículo. “Ele ficou me agredindo com palavras: ‘você acha que só porque é mulher pode fazer o que quer?’, foi quando eu disse, ‘moço eu não vou descer’. Ele andou mais 50 metros e disse ‘ou você desce ou eu lhe retiro à força’”, colocou.
Polícia foi acionada
Adriana Ribeiro acionou a Polícia Militar do Piauí, que lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Com isso, o caso será levado à Justiça. “Eu liguei para a polícia e disse que não ia sair do carro dele enquanto a polícia não chegasse, liguei para o 190, muito abalada, chorando, e ele gritando comigo o tempo todo. Ele foi ouvido, os policiais perguntaram se eu queria prosseguir com a denúncia e eu disse que sim, porque eu me senti ofendida, pelo simples fato de eu ser mulher. Não posso me calar, porque isso que aconteceu comigo foi uma violência e a gente tem que combater”, finalizou.
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