O Corpo de Bombeiros de Teresina retomou na manhã desta quarta-feira (26), por volta de 11h30, as buscas pelo corpo de um jovem identificado como Alderlan Ferreira da Silva, 27 anos. A suspeita é que ele tenha sido assassinado no último dia 19 de outubro e teve o cadáver jogado em um poço desativado localizado em um aterro sanitário no Parque Jacinta, zona sul de Teresina.
Em entrevista ao GP1, o investigador Lourival Neto, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que levantamento feito pela Polícia Civil mostrou que o rastreador da motocicleta da vítima acusou que o veículo esteve no mesmo local onde o corpo poderia ter sido jogado. Ele ressaltou ainda que o DHPP está convicto que o corpo foi jogado dentro do poço.
"A investigação nos trouxe até a aqui e nós estamos quase convictos que o corpo está aí. A motocicleta da vítima tinha um rastreador e logo depois que ele saiu, eles passaram 2h30 nessa região. Fizemos uma varredura nessa área e depois chegou a informação que o corpo está dentro desse poço. Eles já vieram com ele morto e depois jogaram muito entulho, bagulho e pedra e por isso estamos tendo dificuldade para encontrar", informou o investigador do DHPP.
Sete bombeiros estão participando da operação de resgate. Eles estão utilizando um material que está levando oxigênio para o fundo do poço para que um bombeiro possa descer através de rapel e verifique se existe algum corpo aparente. Se o corpo não for encontrado de imediato, será realizada uma escavação para verificar se o cadáver realmente foi soterrado.
O tenente José Luiz apontou os detalhes da operação, informando que a averiguação do poço, que possui 15 metros de profundidade, exige a utilização de equipamentos para aliviar a pressão no fundo do poço.
"Em um primeiro momento estamos desgaseificando o poço. Em seguida será armado um circuito com os equipamentos de respiração autônoma para averiguar, realmente, o que acontece lá dentro. Temos um compressor com uma mangueira para aliviar o gás que há no fundo. Vamos averiguar se realmente existe um corpo, ver se é liberado algum mal cheiro para poder dar prosseguimento à operação. Tem que ser feito uma perfuração do ambiente para ver se tem algo em estado de putrefação", afirmou o tenente José Luiz.
Vítima foi torturada
O investigador do DHPP afirmou ainda que a família de Alderlan Ferreira da Silva garantiu que o jovem não possuía antecedentes criminais e nem envolvimento com drogas. Segundo Lourival Neto, a vítima foi torturada e depois morta por estar em uma região dominada por facções criminosas.
"Segundo os familiares ele não tem envolvimento com nada ilícito, mas ele veio para uma área dominada por facções. Segundo o pessoal, fizeram alguns questionamentos para saber de onde ele era, mas ele não soube responder. Eles então o torturaram e o mataram. Nessa região não tem condições de cavar um buraco raso. Eles encontraram o buraco e jogaram o corpo dentro. É só entrar que encontraremos o corpo e vamos entregar o corpo para a família fazer o sepultamento", completou o investigador do DHPP.
Entenda o caso
Alderlan Ferreira da Silva, de 27 anos, está desaparecido desde a madrugada do dia 19 de outubro, após se envolver em uma briga, e sua família está desesperada atrás de notícias sobre o paradeiro do jovem. Segundo a mãe, Elisângela, Alderlan foi visto pela última vez em um bar localizado na Vila Dagmar Maza, após se envolver em uma briga com um grupo de pessoas.
“Ele foi para uma seresta em um bar na Vila Dagmar Maza, próximo do lixão, e lá conheceu uma moça. Ele ficou com essa moça e teve uma briga com outra mulher, que também queria ficar com ele. Um amigo dele viu e trouxe ele até aqui próximo ao Promorar, mas uma delas ligou e pediu para ele voltar. Quando ele voltou, esse amigo relatou que ele se envolveu em uma briga com um grupo de pessoas e ouviu uns tiros. Desde então estou nessa angústia, pedindo ajuda”, relatou Elisângela, desesperada.
A mãe de Alderlan Ferreira da Silva afirmou ainda que acredita que o filho já esteja morto, mas que quer apenas encontrar o corpo do jovem para que ele tenha um sepultamento digno.
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