Nayrana Meireles
Brunno Suênio
Uma adolescente foi apreendida na manhã desta terça-feira (18) suspeita de matar a própria avó, Maria Antônia de Sousa, 62 anos, junto com o namorado, maior de idade, que também foi capturado. O corpo da idosa foi encontrado no dia 9 de fevereiro de 2021, dentro de uma caixa de presente no residencial Conviver, zona norte de Teresina.
Contra a adolescente havia um mandado de internação provisória e contra o namorado dela um mandado de prisão temporária. Os dois foram capturados pelos policiais do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), comandados pela delegada Nathalia Figueiredo, na residência onde viviam, na zona norte de Teresina.
Em entrevista ao GP1, a delegada Nathalia Figueiredo informou que as investigações tiveram início há 1 ano e 8 meses e que foi possível verificar a participação direta da neta e seu companheiro no assassinato de Maria Antônia de Sousa. O inquérito, no entanto, ainda não foi concluído.
"A investigação começou através de um BO de desaparecimento. Até então a dona Maria Antônia estava desaparecida, até que posteriormente foi encontrado um cadáver dentro de um baú. O baú era da casa dela, então logo os familiares identificaram. De posse dessas informações a investigação se iniciou, várias diligências foram realizadas e foram encontrados elementos para representar por essas prisões. Foi representado por uma prisão temporária de um maior de idade e pela internação provisória da companheira dele e neta da vítima", informou a delegada do DHPP.
Idosa foi espancada até a morte
A delegada Nathalia Figueiredo revelou ainda que os laudos concluíram que Maria Antônia de Sousa estava em sua cama quando foi atacada e agredida até a morte.
“Eu acredito que a vítima morreu na cama onde ela dormia. Na época foi feita perícia na cama onde a vítima estava, foi feita comparação de material genético que deu compatibilidade em relação ao corpo. De fato, acredita-se que ela teria sido surpreendida e veio a óbito através do ataque”, completou a delegada Nathalia Figueiredo.
Boletim de Ocorrência foi registrado 14 dias após desaparecimento
A delegada Luana Alves, que estava à frente do caso, relatou ao GP1 na época em que a idosa foi encontrada morta que os familiares só registraram o Boletim de Ocorrência no dia 23 de fevereiro de 2021, 14 dias depois de o corpo ter sido encontrado na região da Grande Santa Maria da Codipi.
Segundo a delegada, os familiares relataram que a idosa iria viajar para uma cidade do Maranhão, quando teria desaparecido. “O Boletim de Ocorrência foi registrado apenas alguns dias depois do desaparecimento. A informação dos familiares é que ela iria viajar para uma cidade do Maranhão, onde fica um povoado que não tem internet e até os parentes conseguirem se conectar para saber se a vítima estava ou não nesse povoado, demorou certo tempo", relatou Luana Alves.
Maria Antônia era natural do Maranhão, mas tinha familiares na capital piauiense, onde morava quando foi morta.
Morte por envenenamento descartada
Durante as investigações, um exame toxicológico foi requisitado pela Delegacia de Feminicídio para constatar se existia alguma substância no corpo da idosa que poderia ter causado sua morte. No entanto, nenhum tipo de substância que pudesse comprovar que ela foi morta por envenenamento foi encontrada. Logo depois foi constatado que a idosa foi morta por espancamento.
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