O motorista de aplicativo, Wyllas Brito, relatou em entrevista ao GP1, na manhã desta segunda-feira (03), os momentos de desespero pelos quais passou na véspera de Ano Novo quando teve seu carro arrastado pela forte chuva que caiu em Teresina naquele dia.
Segundo Wyllas, ele estava trabalhando na zona leste quando, em um determinado momento, já imaginando que a região alagaria por conta da chuva, decidiu deixar o local. Mas, ao chegar na Avenida Homero Castelo Branco, próximo ao Pão de Açúcar, foi surpreendido com uma forte correnteza.
“No dia 31 por volta da 20h30, eu estava trabalhando, sou motorista de aplicativo e eu já estava querendo sair dessa zona que todo mundo sabe que alaga, foi quando eu estava passando pela Homero e fui arrastado pela forte correnteza até essa obra que não está finalizada”, contou Wyllas.
O motorista relatou que começou a entrar água no carro depois que o veículo se chocou contra a estrutura de um bueiro. Foi quando ele se desesperou e saiu do veículo. “Tem um bueiro que eu não sabia da existência dele, quando o carro bateu na estrutura do bueiro eu vi a água entrando muito forte, deixando o carro submerso, foi quando me desesperei, eu achei que fosse morrer, não sei como, foi Deus, eu consegui subir no teto do carro e me jogar para tentar me salvar, quase que eu ia sendo arrastado pela enxurrada, lutei bastante para sobreviver, estou cheio de escoriações pelo meu corpo”, falou mostrando as marcas.
O carro ficou parado na Rua Tomaz Tajra com Eustáquio Portela e quando retornou ao local, na manhã de hoje, Wyllas Brito foi surpreendido com a ausência dos pneus e de alguns objetos que estavam dentro do veículo.
“Eu voltei hoje porque o vigia da obra disse que não tinha condições de tirar o carro naquele dia. O carro não estava mais no local, estava em outro ponto, sem os pneus e alguns objetos que eu tinha dentro do veículo”, lamentou Wyllas que contou ainda que o carro não tem seguro.
Morte de chef de cozinha e estragos
No primeiro dia do ano, a forte chuva que caiu em Teresina, no período da tarde e que seguiu até a noite do sábado, deixou uma pessoa morta, na zona leste, além de alagar ruas e causar outros estragos. João Marcelo, que estava dentro de um carro com mais algumas pessoas, morreu depois que o veículo caiu em um grotão, no bairro Satélite, arrastado pela força da água. As outras pessoas que estavam no veículo foram socorridas com vida.
João Marcelo trabalhava como chef de cozinha, no Pub Urbano, que prestou uma homenagem ao seu colaborador em sua página no Instagram. "Que falta vc vai fazer cara! Logo vc o cara mais firmeza da balada, o nosso psicólogo, mas que fazia os melhores rangos. Dono do sorriso mais sincero e do coração gigante. Que falta vc vai fazer cara!", diz um trecho.
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