Em 24 de março, a Comunidade do Quilombo do Mimbó, localizada em Amarante, município distante 164km de Teresina, dava início à 1ª etapa de vacinação contra a covid-19 para o grupo de faixa etária entre 18 e 79 anos. Na ocasião, as pessoas acima de 90 anos já estavam completamente vacinadas, as de 80 já recebiam também a primeira dose.
Agora, o território de 201 anos, construído por pessoas escravizadas que buscavam emancipar-se e traçaram estratégias que levaram à fuga de Pernambuco, hoje constituído por 600 moradores em 59 famílias já receberam a primeira dose do imunizante contra o coronavírus.

De acordo com o pedagogo e agente comunitário de saúde do Quilombo, Rodrigo Miranda de Brito, após o início da vacinação houve somente um caso grave, que necessitou ser encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas que já se recupera em casa.
“Antes da vacinação houveram três mortes no Mimbó, e muitas pessoa estavam com testes positivos, o que gerou certo pânico nas famílias, após a aplicação do imunizante, tivemos somente um caso de internação e a pessoa já está em casa, de lá pra cá, nenhuma morte ocorreu”, relata Rodrigo.
A comunidade do Mimbó, pra uma melhor organização da vacinação, dividiu-se em quatro postos no próprio território. Rodrigo, que é professor e agente comunitário de saúde do local explicou que, após a aplicação da vacina AstraZeneca, foi demonstrada a eficácia e necessidade de que o conjunto da população seja imunizado.
“Foi gratificante sim receber as primeiras doses, nos dividimos para não gerar aglomeração e hoje, somo gratos por ter conseguido nos vacinar. Já estamos nos organizando pra receber agora a 2ª dose, que está prevista para o dia 24 de junho. Enquanto a data não chega, as orientações de distanciamento social e higiene permanecem”, disse o agente.
As comunidades quilombolas estão inclusas no Plano Nacional de Vacinação (PNI) enquanto grupo prioritário pois compõem um grupo classificado enquanto de “elevada vulnerabilidade socail”.
Ver todos os comentários | 0 |