Nesta quarta-feira (24) a Comunidade Quilombo Mimbó, localizada na zona rural do município de Amarante, distante 164km de Teresina deu início a 1ª etapa de vacinação do grupo que corresponde a faixa etária dos 18 aos 79 anos. Ao GP1, foi confirmada a informação que o grupo a partir dos 80 anos já recebeu também a dose inicial. Pessoas com mais de 90 anos, já estão completamente imunizadas contra o novo coronavírus.
O Mimbó é uma comunidade com mais de 201 anos de existência, constituído por 59 famílias. Hoje há cerca de 470 pessoas no Quilombo, de acordo com a Fundação Cultural Palmares, órgão responsável pelo monitoramento e estruturação de políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais.
O GP1 conversou com o pedagogo Roudrigo José Miranda de Brito, 29 anos, sobre o início de mais essa etapa e seu desenvolvimento dentro da comunidade
“O processo deu início através da Secretaria de Saúde de Amarante, onde foi realizado o contato com o agente de saúde da comunidade. A partir daí, foi feito o levantamento de quantas pessoas seriam imunizadas”, disse.
A preocupação com o trâmite necessário para evitar que houvessem aglomerações no momento da aplicação das doses do imunizante contra o novo coronavírus esteve todo o tempo presente. “Foram criados quatro pontos de vacinação dentro da comunidade, para que não houvesse aglomerações por conta da quantidade de pessoas a serem vacinadas”, explica o pedagogo e membro do Quilombo, Roudrigo de Brito.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Claudiane Pereira, "201 pessoas receberam a vacina ontem. Ao todo, 212 pessoas já foram vacinadas e, apenas as menos de 18 anos, aqueles em quarentena, gestantes e as pessoas que trabalham foram ainda não foram assistidos".
Seis lideranças da comunidade trabalharam em conjunto com a secretaria para o desenvolvimento e facilitação da campanha.
O quilombo Mimbó deu início ao seu processo de reconhecimento enquanto comunidade tradicional em 20/07/2006 e já é certificada. O processo de titulação, porém, ainda não se desenvolveu. De acordo com dados da Comissão Pró-Índio do estado de São Paulo, o Brasil tem hoje somente 8% terras de fato tituladas. 85% dos processos estão abertos no INCRA há mais de 10 anos.
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