A CPI do Transporte Público ouviu, nesta quinta-feira (10), os três últimos empresários que operam o sistema em Teresina. A sessão foi presidida pelo vereador Dudu, presidente da comissão. Foram ouvidos Nilo Campelo de Matos Neto (Transporte Teresina), Francisco Barroso (Viação Santana) e Moisés Sérvio Ferreira Neto (Transfácil).
O empresário Francisco Barroso e a advogada Naiara Moraes, que representa boa parte dos empresários, disseram à imprensa que o sistema de transporte vai parar ainda este ano, caso a prefeitura não pague os valores atrasados. “Você pode ter certeza que se não repassarem [os valores atrasados], vamos parar", garantiu o dono da Viação Santana.
“Nós vivemos hoje um estrangulamento do sistema com a falta do subsídio, temos valores de um acordo de 2020 que não estão sendo pagos regularmente. O sistema vai parar, ainda nesse semestre, porque a maior parte dos empresários não consegue sobreviver só com o dinheiro da catraca nesse contexto de pandemia. Dos R$ 26 milhões só foram pagos R$ 5 milhões, temos R$ 21 milhões em atraso, e nós temos todas as parcelas de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março, abril e maio pendentes, sem repasse”, ressaltou a advogada Naiara Moraes.
Transporte Teresina
O empresário Nilo Campelo, dono da Transporte Teresina, que atua na zona sudeste, foi o primeiro a ser ouvido. Ele informou que a empresa iniciou com 6 ônibus e 50 funcionários e que, atualmente, só circula um ônibus e que possuem em torno de 30 funcionários.
Assim como todos os empresários já ouvidos, Nilo Campelo culpou a pandemia e falta de repasse da prefeitura pelo caos que se encontra o transporte público. “Inicialmente, [o que causou o problema foi] a pandemia como um todo, é um efeito globalizado e também a falta das verbas indenizatórias da prefeitura. Entendemos que quando o contrato não é honrado a outra parte também não consegue cumprir a sua obrigação”, declarou o empresário.
Viação Santana
Francisco Barroso, da Viação Santana, relatou em sua fala que a sua empresa integra o Consórcio Urbanus e que no início a frota era de 29 veículos que reduziu para 13 e o número de funcionários que era de 185 hoje é de 142.
“O nosso principal problema é que a prefeitura vem devendo a gente há muito tempo e continua devendo. O nosso consórcio não teve descontinuidade no serviço, agora dizer que amanhã estaremos rodando, eu não sei, porque temos que cobrir débitos anteriores e temos que pagar os débitos daqui para frente”, declarou Francisco Barroso.
O empresário confirmou que o sistema pode parar ainda nesse semestre caso não haja o repasse da prefeitura. “Você pode ter certeza que se não repassarem [os valores atrasados], vamos parar, eu tenho família para sustentar, nossos motoristas, cobradores, pessoal da manutenção, todos têm família para sustentar e se a empresa não tiver dinheiro para repassar pra eles, como vamos funcionar?”, questionou.
“Teve a licitação, 1 ano depois já atrasaram os repasses e desaparecerem três empresas do sistema por falta dos repasses, como é que funciona isso?”, finalizou o empresário.
Transfácil
"A Transfácil tem para receber da prefeitura, até maio de 2021, o valor de R$ 1.560,000,00 desses acordos que não foram cumpridos. Se fosse pago com certeza a situação do transporte era outro. Nós começamos a rodar em 2015 e só viemos receber o primeiro dinheiro da prefeitura em janeiro de 2017 após acordo judicial", disse o empresário Moisés Sérvio na CPI.
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