Renato Rodrigues
Ronney Oliveira
A Associação dos Amigos da Orquestra Sinfônica de Teresina fez uma coletiva de imprensa ao lado de representantes do Balé da Cidade na manhã desta quarta-feira (13), com intuito de debater sobre a suspensão dos contratos com as Organizações Sociais relacionadas aos projetos culturais da cidade, por parte da Prefeitura Municipal de Teresina. O encontro aconteceu no Centro de Artesanato Mestre Dezinho, localizado em frente a Praça Pedro II, no centro da Capital.
Em entrevista à imprensa, o diretor financeiro da Orquestra Sinfônica de Teresina, Gilson Fernandes, disse que não houve uma conversa entre as instituições culturais e a prefeitura.
“Nosso propósito hoje é conseguir uma pauta para essa conversa, um contato com a Prefeitura de Teresina, então fica aqui nosso convite ao prefeito de Teresina, ao secretário de finanças [Robert Rios] e à fundação, é preciso que a Fundação Municipal de Cultura esteja presente nessa reunião", declarou Gilson Fernandes.
Maestro diz que Orquestra Sinfônica pode acabar
Segundo o maestro Aurélio Melo, da Orquestra Sinfônica de Teresina, o clima é de apreensão entre os músicos, que temem o fim das atividades da orquestra.
"Como você vai manter algo sem pagamento? De fato, a AAOST pode acabar. O clima está horrível. Todo mundo muito apreensivo e a sensação de que o trabalho inteiro pode acabar, a sensação que tudo pode acabar é horrível, mesmo com as declarações da prefeitura. Dá pra manter com esse mesmo nível somente com uma bolsa, sem direito nenhum?”, questionou Melo.
Bailarino diz que cortes são "retrocesso"
Para Samuel Alvis, que é bailarino do Balé da Cidade, a determinação é um retrocesso e a medida deve prejudicar o trabalho dos artistas. “Isso é um retrocesso, é precarizar o trabalho do artista, do trabalhador, é tirar todo o benefício que foi conquistado com muita luta, que durou muito tempo”, disse.
Ainda conforme o bailarino, os artistas não são contra as bolsas, mas sim contra a destruição de projetos que estão em práticas há quase 30 anos. “Não somos contra bolsa. Fala-se muito no discurso do presidente da fundação, sobre avanços, sobre ampliação, sobre democratização, e eu acho que isso é um ótimo plano, mas não é preciso destruir projetos que já existem há quase 30 anos”, lamentou.
Suspensão de contratos
Na última terça-feira (11), o secretário de Finanças e vice-prefeito de Teresina, Robert Rios, confirmou em entrevista ao GP1 a suspensão dos recursos à associação responsável pelo pagamento dos funcionários da Orquestra Sinfônica de Teresina, e que o objetivo é que os artistas sejam beneficiados com a conceção de bolsas, e o valor seja repassado diretamente a eles. O valor direcionado à associação que faz o pagamento dos bailarinos do Balé da Cidade também foi suspenso.
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