O secretário de Finanças e vice-prefeito de Teresina, Robert Rios, disse durante entrevista ao GP1, na manhã desta terça-feira (26), que a prefeitura fez o repasse do valor acordado de R$ 600 mil para o pagamento do ticket-alimentação e que mesmo assim os motoristas e cobradores de ônibus continuam com a paralisação.
Ainda conforme o secretário de Finanças, o valor será estornado porque a categoria não cumpriu com o acordo e manteve a paralisação. “O repasse foi feito ainda ontem e eles continuaram em greve, eu vou pedir o estorno do dinheiro, a devolução, como eles continuaram na greve estou pedindo o estorno”, afirmou.
Segundo o secretário, a prefeitura quis ajudar, mas a ajuda não foi bem recebida pelos manifestantes. “Agora motorista conversa com dono de empresa, nós não temos empresa de ônibus, quisemos ajudar, mas jogaram a ajuda no lixo”, completou.
De acordo com Robert Rios, a Prefeitura de Teresina não tem obrigação de pagar ticket alimentação para aqueles que não são servidores públicos. “A empresa de ônibus é uma empresa particular, eles são empregados da empresa, e nós pagamos ticket alimentação é para servidor público, eles não são servidores públicos, nós estamos dando uma ajuda por conta da covid-19, e mesmo assim sem poder, cortando de outros setores”, declarou.
O secretário criticou também os acordos feitos pelo então prefeito Firmino Filho, que segundo ele, só tem validade os que estão previstos na Lei Orçamentária. “Se você for cumprir os acordos que o Firmino deixou para o Dr. Pessoa pagar, nós vamos ter que trazer o orçamento de Nova York pra cá, acordo tem que tá na lei orçamentária, se não tá na lei orçamentária, então não tem acordo”, explicou.
Setut
O GP1 conversou com o vice-presidente do Setut, Marcelino Lopes, que confirmou que o repasse foi feito, mas que a prefeitura determinou que o dinheiro fosse repassado somente após o fim da paralisação.
“O dinheiro já foi repassado e a prefeitura falou com nosso presidente hoje pela manhã que não repasse porque a categoria estava em greve e ontem, na reunião que teve na prefeitura, eles ficaram de encerrar a paralisação porque o prefeito e o vice-prefeito disseram que até hoje estariam pagando o valor que estava no acordo”, relatou Marcelino.
Marcelo ressaltou ainda que havia uma cláusula no acordo de que ele seria suspenso caso houvesse nova greve. “Inclusive o acordo entre a Prefeitura e o Sintetro tem cláusulas que dizia se tivesse greve, o acordo estaria cancelado, e não tinha uma data fixa para o repasse do pagamento, apenas diz que o pagamento será feito dentro do mês, não dizia que era dia 20, segundo a prefeitura falou”, afirmou.
O que diz a categoria
Um dos representantes dos motoristas, Cândido Pessoa, afirmou ao GP1 que a categoria não vai aceitar retornar às atividades sem que o pagamento dos tickets esteja na conta. Segundo ele, o Setut não tem moral diante da categoria que não acredita que os patrões possam realizar o pagamento depois que os motoristas retornarem ao trabalho.
“Esse argumento é inaceitável, pois o Setut não tem moral. Por qual motivo as regras sempre têm que ser ditadas pelos patrões? Ninguém aceita mais essa tirania do Setut, ou eles repassam o ticket ou os carros vão ficar parados nas garagens”, garantiu.
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