Os motoristas e cobradores de ônibus fecharam acordo com o prefeito Dr. Pessoa, na manhã desta segunda-feira (25), que afirmou que vai depositar o valor referente ao ticket-alimentação de R$ 650 mil para que eles retomem as atividades. O valor deve ser transferido ainda hoje encerrando a paralisação.
A reunião aconteceu no Palácio da Cidade e contou ainda com a participação do vice-presidente do Setut, Marcelino Lopes, que explicou que em novembro de 2020, na gestão de Firmino Filho, houve um acordo onde a Prefeitura de Teresina se dispôs a fazer repasses ao Setut para custear o ticket-alimentação e plano de saúde pelo período de quatro meses. Foram pagas duas parcelas e a terceira, que deveria ter sido paga no último dia 20 de janeiro, ainda não caiu.
Durante a reunião ficou acordado que a prefeitura vai repassar o valor do ticket-alimentação para o Setut. “Ela [prefeitura] ficou de adiantar o valor que a gestão anterior tinha acordado com o Sintetro, de repassar um valor mensalmente. Nesse mês não foi repassado e sem repassar para nós, não temos como repassar para os nossos colaboradores”, afirmou.
No entanto, o pagamento do ticket, no valor de R$ 650 mil, foi condicionado aos trabalhadores voltarem às atividades. “Pelo que ficou conversado aqui, a prefeitura condicionou a eles voltarem ao trabalho e assim que eles voltarem ela repassa o valor que deve ficar perto de R$ 650 mil. O que foi dito pela prefeitura é que uma vez encerrado esse movimento, que é ilegal porque não foi dada 72 horas, não foram cumpridas as normas para se ter qualquer movimento grevista, ela deposita o valor”, ressaltou o presidente do Setut.
Categoria
Antônio Cardoso, que é motorista de ônibus e participou da reunião, destacou que mesmo com a liberação do dinheiro do ticket, o que pode resolver a situação deles é o salário. “Liberou R$ 600 mil para pagar o ticket-alimentação, mas o que resolve é o nosso salário que é R$ 1.941 e a gente está recebendo fracionado, por dias e horas trabalhadas. A Medida Provisória 936 do Governo Federal acabou em novembro", disse.
Segundo Antônio, os empresários estão pagando os salários como se o restante ainda tivesse sendo pago pelo Governo Federal por conta da Medida Provisória. "Eles estão pagando como se a gente ainda estivesse sendo subsidiado pelo Governo Federal, sendo que a MP acabou em novembro e ninguém vê isso, juiz do trabalho, Ministério do Trabalho. Nós temos os contracheques, nós não fomos contratados para trabalhar por hora e nem por dia, nós temos contrato físico. Eu recebi R$ 616,00 referente a dezembro", exemplificou.
Ele disse ainda que somente o salário recebido não é suficiente para se sustentar. "Eu tenho atividade por fora, faço bico de mototaxista, a gente vai se virando, eu queria mesmo sair e tocar com minha vida normalmente, é uma profissão que eu escolhi, que eu gosto, somando tudo são 26 anos, mas chegou ao ponto que não dá mais, porque dizem que tudo é culpa da pandemia, mas a gente sabe que não é", criticou.
Municipalização
Dr. Pessoa voltou a falar que se não houver um acordo entre os empresários e a categoria ele vai municipalizar o transporte coletivo. "Se não evoluir o Dr. Pessoa, prefeito de Teresina, começará a montar um sistema de transporte coletivo, vamos ver a parte jurídica, caminhar dentro da legalidade, mas tomarei uma decisão, não vou deixar a sociedade de Teresina abandonada, já que esse Inthegra não integrou nada", afirmou.
Entenda o caso
No final de outubro do ano passado, os motoristas e cobradores de ônibus paralisaram as atividades do transporte público de Teresina. No dia 3 de novembro, o então prefeito Firmino Filho, apresentou proposta de garantir subsídio durante quatro meses para custear os tickets de alimentação e plano de saúde dos operadores do sistema de transporte público de Teresina.
No dia 5 de novembro, a categoria aceitou a proposta e encerrou a greve que durou 9 dias, com isso o pagamento dos benefícios, como ticket alimentação e plano de saúde dos trabalhadores referente a 4 meses ficaria sob responsabilidade da prefeitura.
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