O promotor Ubiraci Rocha, do Caso Salve Rainha, afirmou durante julgamento de Moaci Moura Júnior, na tarde desta quarta-feira (04), que espera que o Tribunal do Júri possa fazer justiça pelas mortes dos irmãos Francisco das Chagas Júnior e Bruno Queiroz e defendeu que o caso não seja tratado com um simples acidente, reforçando a tese de dolo eventual por parte de Moaci, que assumiu o risco ao conduzir seu veículo a mais de 100km/h, vindo a colidir no carro das vítimas, que era ocupado pelos irmãos e o jornalista Jader Damasceno, único sobrevivente do dia 26 de junho de 2016.
O promotor rechaçou a fala de Moaci, que chegou a afirmar que não havia ingerido bebida alcoólica, o que foi negado pelo laudo pericial. Ubiraci também questionou as testemunhas de defesa, que sustentaram que o réu não havia consumido álcool.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Promotor Ubiraci Rocha
“Testemunhas mentirosas vieram aqui e o Ministério Público vai tomar providências quanto a isso. De que valem esses depoimentos diante de um laudo científico? O laudo que atesta o volume de álcool é assinado por dois médicos”, declarou o promotor durante sua fala, que durou uma hora e meia.
"Moaci matou um projeto cultural"
O representante do órgão ministerial ressaltou a grande perda que foi a morte dos irmãos Bruno e Chagas, além do comprometimento da saúde de Jader Damasceno, jovens que, segundo ele, cumpriam um papel importante na produção cultural local através do coletivo Salve Rainha.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Moaci Júnior
“O Moaci não matou só o Chagas e o Bruno, não só lesionou o Jader e deixou sequelas físicas e psicológicas, mas matou todo um projeto cultural belíssimo, que se desenvolvia nessa cidade por força de jovens sonhadores”, frisou.
Depoimento da vítima comoveu
Ubiraci Rocha afirmou ainda que, embora sempre busque ser o mais técnico possível, ficou bastante comovido ao ouvir o depoimento de Jader, diante de todo o sofrimento que a vítima relatou.
“Já sou um homem calejado nisso aqui, nesse ofício, e a gente procura ficar mais centrado e não procurar se emocionar, mas eu confesso que o depoimento dessa vítima sobrevivente acabou com o meu coração”, colocou.
Pedido
Por fim, o promotor encerrou sua manifestação pedindo a condenação de Moaci Júnior pelo crime de homicídio doloso, com dolo eventual. “O acusado agiu com dolo eventual, dirigindo embriagado, a 105 km, e matou os irmãos e feriu Jader. Por isso, peço a vossas excelências que façam Justiça hoje nesse plenário. Nosso trabalho termina aqui e agora começará o trabalho das senhoras e dos senhores. Há muito se espera o julgamento desse processo, é chegada a hora de fazer Justiça”, finalizou Ubiraci Rocha.
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