O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do promotor Antônio César Gonçalves Barbosa, expediu recomendação no dia 29 de maio ao secretário estadual de Saúde, Florentino Neto, e ao presidente da Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh), Pablo Santos, para que seja realizada a reparação de aparelhos e os pagamentos em atraso para os profissionais de saúde do Hospital Regional Justino Luz, em Picos.
Na recomendação o promotor afirmou que uma inspeção realizada pelo Ministério Público no Hospital Regional Justino Luz constatou diversas irregularidades, como: o equipamento que realiza hemodiálise para pacientes de UTI estar inoperante; o eletrocardiograma só funciona para pacientes de UTI; faltam materiais e equipamentos necessários a atos cirúrgicos e ao pleno desenvolvimento de todos os 10 leitos de UTI, só havendo 07 em funcionamento; a constante não realização de procedimentos médicos que exigem os aparelhos de raio x e tomografia face avarias sofridas, embora em funcionamento no momento da inspeção; a não prestação dos serviços médicos de neurocirurgia e de bucomaxilofacial e o fato dos profissionais médicos estarem com os salários atrasados.
- Foto: Helio Alef/GP1Florentino Neto
Devido dessa situação, o promotor Antônio César expediu recomendação pedindo que Florentino Neto e Pablo Santos “realizem o imediato conserto dos aparelhos que realizam hemodiálise e eletrocardiograma, o fornecimento dos materiais e equipamentos necessários ao atos cirúrgicos e para o funcionamento de todos os leitos de UTI, assim como a entrega aos usuários do SUS em Picos de serviços médicos de neurocirurgia e bucomaxilofacial e o pagamento dos profissionais médicos com salários atrasados, ante sua flagrante ilegalidade”.
Ele ainda recomendou que seja realizada a instauração de procedimento administrativo para apuração das constantes avarias ocorridas nos equipamentos para realização de exames e procedimentos, assim como a demora nos reparos.
O promotor explicou que “a omissão na adoção das medidas recomendadas pode implicar o manejo de todas as medidas administrativas e ações judiciais cabíveis contra os que se mantiverem inertes, inclusive quanto à prática de improbidade administrativa”.
Pedido de interdição
A deputada estadual Teresa Britto (PV) afirmou na terça-feira (28) que vai pedir ao Conselho Regional de Medicina a interdição de uma das alas do Hospital Justino Luz. Ela chegou a comprar o hospital a uma estrebaria.
Na última segunda-feira (27), a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) visitou o hospital. Na ocasião a deputada Teresa Britto chegou a afirmar que o local estava parecendo uma estrebaria, isso porque foram encontrados pacientes em galpão improvisado, sem portas, nem janelas ou qualquer tipo de climatização.
A diretora do Hospital Justino Luz, a médica Patrícia Batista, se manifestou sobre a situação, alegando que a visita da Comissão de Saúde da Alepi pode contribuir com a luta que ela vem travando para melhorar as condições de atendimento da unidade.
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