O ex-governador Wilson Martins defendeu a reforma da Previdência e disse que ela deve ser feita para “enxugar a previdência dos ricos”. A entrevista foi concedida, nesta sexta-feira (26), durante solenidade de entrega dos títulos de cidadão piauiense ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
“O país não precisa só da reforma da Previdência, evidentemente, que estão botando toda a carga só em cima da previdência. É importante que a gente discuta a reforma da Previdência que dentro dela estão incluindo uma verdadeira reforma fiscal sem perder as conquistas ao longo de muitos anos dos trabalhadores”, afirmou.
- Foto: Hélio Alef/GP1Wilson Martins
Wilson destacou a importância da reforma, mas lembrou que ela não pode tirar direitos. “É possível a gente trabalhar uma reforma que dê resultado que se espera e que se precisa para garantir o futuro, mas é preciso que se tenha a responsabilidade de não tirar direitos”.
Ele defendeu ainda que a reforma vai servir para “enxugar” a previdência das pessoas com maior poder aquisitivo. “A reforma deve ser feita para sobretudo enxugar a previdência dos ricos, os que têm grandes aposentadorias em detrimento dos pobres. 90% de todos os aposentados do Brasil estão incluídos entre 1 e 5 salários. Chega no máximo a R$ 5 mil aproximadamente que é a previdência dos trabalhadores, do INSS”, declarou.
“Vamos falar da previdência, dos grandes salários do setor público, mas existe um monte de saídas sem que seja necessário você punir o trabalhador rural, por exemplo, que é uma quantidade enorme de pessoas que conseguiram uma inclusão social ao longo dos últimos anos”, disse Wilson.
Aprovada na CCJ
Na terça-feira (26), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o relatório do deputado do PSL de Minas Gerais, Marcelo Freitas, e deu aval à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência.
A votação iniciou às 23h38 e dos 66 parlamentares da CCJ, 48 votaram a favor e 18 contra. A proposta teve que ser editada e o governo levou 62 dias para aprovação na CJJ após ceder às mudanças do Centrão.
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