Após mais de 30 dias de negociação os representantes dos sindicatos patronais e dos comerciários de Picos não chegaram a um acordo sobre o novo piso salarial dos trabalhadores. Por conta disso, a intermediação entre as partes deverá ser feita agora pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Piauí.
A informação foi confirmada pelas duas partes, que continuam sem se entender quanto ao percentual de reajuste dos comerciários picoenses. Pelo menos três reuniões foram realizadas, mas não foi possível um acordo. Após isso, as negociações emperraram sendo necessário à intervenção da Superintendência Regional do Trabalho.
- Foto: José Maria Barros/GP1 Centro Comercial de Picos
Classe patronal
Em nota, o Fecomércio e o Sindilojas informaram que representantes do setor patronal no estado do Piauí se reuniram na manhã da última quarta-feira, 30, e debateram sobre a convenção coletiva de Picos para reajuste do piso salarial.
Segundo a nota, após a reunião ficou decidido que o reajuste salarial será realizado com a intermediação do Superintendente Regional do Trabalho, Philippe Salha, que vai julgar e estabelecer o valor do piso salarial.
A Fecomércio e o Sindilojas informam ainda que o comércio de Picos deve adotar um reajuste no piso salarial de 3,43% até que seja decidida a questão.
“O piso salarial até 31/12/2018 era de R$ 1.055,00 com o reajuste de 3,43% vai para 1.091,20 e para quem ganha acima do piso o reajuste é o mesmo de 3,43%. Considerando que esse reajuste deve constar no contracheque do empregado a partir do mês de janeiro de 2019, como antecipação de reajuste salarial” – acrescenta a nota.
Sintracs discorda
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Picos (Sintracs), Marcos de Holanda Moura, contestou a posição dos patrões e garantiu que não vai abrir mão dos direitos dos trabalhadores que ele representa.
Segundo Marcos Holanda, depois de aceitar um reajuste abaixo do que fora dado pelo governo federal ao salário mínimo, que é 4,62%, os trabalhadores no comércio de Picos foram surpreendidos com a proposta do sindicato patronal, que propõe apenas o reajuste baseado no índice da inflação, ou seja, 3,43%.
- Foto: José Maria Barros/GP1 Marcos Holanda, presidente do Sindicato dos Comerciários de Picos
“Naturalmente que nós não vamos aceitar! Essa negociação deverá ir para a Superintendência Regional do Trabalho em Teresina. Estamos há mais de 30 dias sem convenção e sem acordo não vão poder trabalhar aos domingos. Fomos ao Ministério Público do Trabalho e pedimos ao Procurador que nos ajude! Não queríamos chegar a esse ponto, mas, pelas notas que temos recebido do sindicato patronal estão nos obrigando a tomar outras medidas” – alertou Marcos Holanda.
O sindicalista disse ainda que a categoria vai aguardar até o dia 10 de fevereiro a celebração de um acordo, mas acha difícil isso acontecer devido a intransigência do sindicato patronal.
“A convenção somente será aceita se o Sintracs concordar com tudo o que eles [patrões] quiserem, aí não é convenção. Aceitamos até um valor menor do que o reajuste do salário mínimo, que foi de 4,62%. Concordamos com um índice de 4,27% e mesmo assim não houve acordo” – concluiu Marcos Holanda.
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