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Alagoinha do Piauí - Piauí

Atentado contra vereador Luisão pode ter sido motivada por vingança

A família de um pistoleiro morto em setembro acredita que uma discussão com o vereador, motivada por questões políticas, poderia ter relação com seu assassinato.

O delegado Aureliano Barcelos afirmou na manhã desta quinta-feira (24) ao GP1 que a tentativa de execução contra o presidente da Câmara de Vereadores de Alagoinha do Piauí, Luís Alves Gonzaga, mais conhecido como Luisão, ocorrida na última sexta-feira (18), em São Julião, pode ter sido motivada por uma suposta vingança em razão da morte de um pistoleiro identificado como Antônio Ladislau de Sousa, que é irmão de dois dos três homens presos durante a Operação Pronta Resposta, deflagrada nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (24).

Segundo o delegado, a família de Antônio Ladislau acredita que uma discussão com o vereador motivada por questões políticas, ocorrida ainda no ano de 2016, poderia ter relação com a morte do pistoleiro e, por conta, disso foi armada uma emboscada contra o parlamentar na última sexta-feira.


  • Foto: Divulgação/MarquesLuís AlvesLuís Alves

“Em setembro morreu um pistoleiro, o Antônio Ladislau, e família dele suspeita da participação do Luisão nesse crime. Então teriam planejado essa emboscada por motivo de vingança, esta é a linha da nossa investigação. Os dois tiveram um problema, troca de ameaças motivadas por política em época de eleição, mas eu não vi motivo suficiente para o vereador Luizão ter mandado tirar a vida do Antônio Ladislau. O Luisão está sendo investigado, mas até o momento não tem nenhum indicativo que ele tenha a ver com a morte”, explicou o delegado Aureliano Barcelos.

Boletim de Ocorrência

Um Boletim de Ocorrência (B.O) chegou a ser produzido à época do desentendimento entre os dois, no entanto, o delegado reforça que até o momento não há nenhuma prova que possa relacionar a morte de Antônio Ladislau ao vereador. “O que eu posso afirmar hoje é que não há prova alguma contra o vereador Luisão, o que há unicamente envolvendo o nome dele é um Boletim de Ocorrência, pois os dois trocaram ameaças em 2016, nas eleições municipais”, acrescentou.

Vida pregressa de Antônio Ladislau de Sousa

O delegado Aureliano Barcelos revelou que Antônio Ladislau de Sousa havia sido investigado por suposta participação em uma chacina que ocorreu no município de Alagoinha, no ano de 2017. Na ocasião, três pessoas foram assassinadas, um pistoleiro, a mãe do pistoleiro e uma empregada doméstica.

“Ele foi preso por mim por um suposto envolvimento naquela chacina que ocorreu em 2017, em Alagoinha. Ele também era investigado por outro homicídio que ocorreu em Vila Nova. Então ele tinha muita bronca, por isso eu não posso dizer que venha alguma coisa do Luisão, isso é a família do Antônio Ladislau que colocou na cabeça [vingança]”, pontuou.

Inquérito

Em depoimento informal na manhã desta quinta-feira (23), os irmãos Aldeni Ladislau e Achiles Ladislau negaram envolvimento na tentativa de execução do vereador, alegando que não estavam na cena do crime. O delegado, por outro lado, afirmou que há indícios suficientes que apontam para os dois irmãos.

“Eles negam, criam álibis frágeis que a gente vai verificar. Contra eles há indícios, nós encontramos um boné do local do crime, tem testemunhas que viram um deles próximo ao local onde o Luisão sofreu o atentado, supostamente sendo o olheiro. Então eu consigo colocá-los na cena do crime, obviamente que isso vai ser objeto de uma investigação aprofundada. A gente tirou alguns projéteis de dentro do carro do Luisão e vamos comparar com as armas que hoje foram apreendidas. O inquérito se iniciou agora e a investigação está caminhando. A gente tem ouvido testemunhas, representou por quebra de sigilo dos investigados e já recolhemos alguns objetos da cena do crime que a gente vai enviar para a perícia”, acrescentou.

Ao final, o delegado pontuou que deve indiciá-los por dupla tentativa de homicídio, pois os irmãos assumiram o risco de matar o motorista do vereador, que o acompanhava no interior do carro no momento da emboscada. “O motorista era também uma potencial vítima, pois a partir do momento em que eles fazer 20 disparos em relação a um carro eles assumem o risco de matar um ou o outro, então é uma tentativa de duplo homicídio, qualificado pela emboscada, sem chance de defesa”, finalizou o delegado Aureliano Barcelos.

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