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Teresina - Piauí

Vinte e cinco mulheres foram vítimas de feminicídio em 2018 no Piauí

A situação não sofreu alteração, visto que, em 2017, houve 26 feminicídios no estado.

Dentre as 57 mulheres mortas no Piauí, 25 dos assassinatos foram enquadrados como feminicídio, sendo que nove aconteceram em Teresina e 16 no interior do estado. Os dados divulgados nesta terça (08) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí apontaram que a situação não sofreu alteração, visto que, em 2017, houve 26 feminicídios no estado.

Em entrevista ao GP1, a delegada Eugênia Villa explicou que o maior desafio é fazer a mulher entender que ela deve denunciar o caso, não só quando chega na agressão física, mas até mesmo antes disso. Teresina possui o Plantão de Gênero, que funciona 24h e, depois da sua criação, os casos registrados mais que duplicaram.


  • Foto: Hélio Alef/GP1Delegada Eugênia Villa Delegada Eugênia Villa

“É uma questão extremamente complexa falar sobre as motivações de um feminicídio, é toda uma estrutura de violência que se instaura através do controle das mulheres, é o patriarcado, é a dominação, é o que faz com que as mulheres se tornem vulneráveis. A gente tem que colocar dentro da polícia que todas as mulheres merecem viver, temos que quebrar todos os paradigmas, nenhuma mulher é desmerecedora, a investigação tem que ser de excelência, a mulher tem algo em comum nesses assassinatos é a dominação, o controle sobre as mulheres. Elas tem que denunciar”, disse Eugênia Villa durante evento na Delegacia Geral.

Em 2018, foram 796 casos registrados. A maioria deles foi no período da noite e durante a madrugada. Domingo é o dia em que mais são registradas ocorrências, seguido de sábado e sexta-feira. No caso do aplicativo Salve Maria, só neste ano foram registradas mais de 482 denúncias.

A delegada informou que as medidas protetivas impostas no Piauí vêm ajudando a evitar que os feminicídios aconteçam de forma mais latente no estado. “Nós não temos notícia de nenhum assassinato de mulher no Piauí que tenha tido benefício da medida protetiva e tenha sido morta. Então aqui podemos dizer sim que a medida protetiva de urgência vem evitando feminicídio. Então as mulheres acreditem na polícia, acreditem na justiça, já tomamos a medida para não acontecer, aí já é uma prevenção de risco, a medida protetiva já vem podendo ser requerida eletronicamente, então o juiz (a) expede em cerca de meia-hora essa medida”, informou Eugênia.

“A gente está desenhando outra saída, para que a mulher que já tem medida protetiva possa estar sendo rastreada o tempo todo pela polícia, principalmente se o companheiro possui arma de fogo, aí ela é considerada por si só de alto risco e deve ser monitorada durante dia e noite”, revelou.

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