O presidente estadual do Progressistas, o deputado Júlio Arcoverde pediu “calma” sobre os mandados de busca e apreensão realizados no gabinete do senador Ciro Nogueira, presidente nacional da sigla, em Brasília. Arcoverde confirmou também que a Polícia Federal cumpriu mandado na residência de Ciro, situada na zona leste de Teresina.
Apesar da surpresa, o deputado afirmou que Ciro Nogueira permanece “tranquilo” e questionou a ação da Polícia Federal. “O que a gente está sabendo é o mesmo que vocês estão sabendo. O senador está muito tranquilo, os advogados do senador não sabem nem o teor dessa busca e apreensão em sua casa em Teresina”, afirmou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Júlio Arcoverde e Ciro Nogueira
“A gente juridicamente fica pensando, como pode ter busca e apreensão em um processo de obstrução de Justiça? Uma coisa com a outra não bate”, afirmou o progressista.
Busca e apreensão em Teresina
O deputado Júlio Arcoverde confirmou que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Ciro Nogueira, localizada no bairro Vale Quem Tem, na zona Leste de Teresina. A assessoria do senador afirmou que ele está em viagem oficial na Bélgica.
“A pessoa está e pedem para fazer busca e apreensão na casa em Teresina. É uma coisa meio esquisita”, afirmou. Questionado se realmente houve o cumprimento do mandado em Teresina, o deputado confirmou. “Teve. Não tinha ninguém em casa, mas eles fizeram a busca”.
Ex-assessor ameaçado
O senador Ciro Nogueira e o deputado Eduardo Fonte, ex-líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, estão sendo investigados por suposta obstrução de Justiça no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo sites de notícias nacionais, Ciro e Eduardo teriam tentado comprar o silêncio de um ex-assessor que estava colaborando com as investigações.
“É muito fácil a gente falar de uma coisa que até agora ninguém sabe. Eu não sei quem é o assessor. Em 2006 eu fui assessor do senador. Pode ser eu, será? Não sei. Então a gente tem que conhecer o processo, conhecer as pessoas, saber quem é o assessor, saber qual era a função desse assessor”, afirmou Arcoverde.
A identidade do ex-assessor, no entanto, não será revelada para sua segurança, tendo em vista que o mesmo já fora ameaçado de morte ao contar sobre entregas de dinheiro em espécie. O ex-colaborador do Progressistas é testemunha em outros inquéritos e está atualmente no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.
Quadrilhão do PP
Os dois alvos da operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (24), o senador Ciro Nogueira e o deputado Eduardo Fonte, já foram denunciados pelo Supremo Tribunal Federal por organização criminosa.
O inquérito foi feito pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot e ficou conhecido como “quadrilhão do PP”. Segundo o Ministério Público, os integrantes do PP indicavam aliados para cargos do governo federal, com intuito de arrecadar propina para grupo criminoso.
Nota da Procuradoria-Geral da República
“Além dos gabinetes ocupados pelos parlamentares no Congresso Nacional e dos respectivos apartamentos funcionais, em Brasília, foram realizadas buscas em endereços residências na capital federal, em Teresina (PI), Recife (PE) e Boa Vista (RR). As ordens foram determinadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava0Jato do Supremo Tribunal Federal (STF) após pedido da procuradoria-geral da República, Raquel Dodge”, diz nota da PGR.
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