Na manhã desta terça-feira (24) a Polícia Federal está cumprindo mandado de busca e apreensão no gabinete e em apartamentos funcionais do presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI). Além de Ciro, o deputado Eduardo Fonte (PE) também é alvo na operação, que corre em sigilo em Brasília.
Eduardo Fonte é suspeito de obstrução de Justiça no âmbito da Lava Jato. O deputado, conhecido pelos membros do partido como Dudu, é ex-lider do PP na Câmara dos Deputados. A PF cumpre também mandado de prisão contra o ex-deputado Mário Junqueira, de Roraima.
- Foto: Lucas Dias/GP1Senador Ciro Nogueira
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato. A operação é uma ação conjunta com a Procuradoria Geral da República (PGR).
Segundo informações de O Globo, o corredor que dá acesso ao gabinete do senador foi interditado pela segurança do Senado. Ciro Nogueira está com a família em Portugal.
Associação criminosa
De acordo com o Estadão, Eduardo Fonte e Ciro Nogueira são suspeitos de integrar uma associação criminosa com outros parlamentares do Progressistas, como Aguinaldo Ribeiro, Arthur Lira, Benedito de Lira, José Otávio Germano, Luiz Fernando Faria e Nelson Meurer.
Segundo o MPF, esse grupo teria cometido delitos contra a Câmara dos Deputados, visando a "a arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos públicos da administração pública direta e indireta".
Ex-assessor de Ciro foi ameaçado
Segundo o site O Antagonista, um ex-assessor de Ciro Nogueira foi ameaçado de morte por colaborar com a Polícia Federal. Ciro e o deputado Dudu da Fonte teriam tentado comprar o silêncio do ex-assessor que passou a colaborar com a Lava Jato. Os pagamentos teriam sido realizados pelo ex-deputado Márcio Junqueira, que teve a prisão decretada nesta terça, pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-assessor foi ameaçado de morte após contar sobre as entregas de dinheiro em espécie. Ele colaborou ainda em diversas investigações, uma delas decorrente da delação da JBS. Atualmente, ele está no programa de proteção a testemunhas.
Quadrilhão do PP
O STF já denunciou Ciro e Dudu da Fonte por organização criminosa. O inquérito, feito por Rodrigo Janot, na época procurador-geral da República, ficou conhecido como "quadrilhão" do PP. Segundo o Ministério Público, os integrantes do PP indicavam aliados para cargos do governo federal, com o intutito de arrecadar propina para o grupo criminoso.
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