A escassez da atuação do serviço público, a ausência de galeria, asfaltamento, rede de esgoto e o roço do matagal nas ruas são alguns dos problemas vivenciados por moradores do Residencial Torquato Neto IV, localizado na zona sul de Teresina.
Ruas intrafegáveis e alagadas e partes delas com esgoto escorrendo a céu aberto, estradas com buracos com 5 metros de comprimento que chegam até um metro de profundidade, foi o relato do morador do Torquato Neto IV, Flávio José Portela, 39 anos, que há quase 4 anos reside na Rua H do bairro.
- Foto: DivulgaçãoRuas alagadas
Segundo Flávio, “a prefeitura permitiu que as casas fossem entregues, mesmo sabendo da situação (ausência da galeria), e não toma nenhuma providência, nem ao menos para amenizar a situação dos moradores”, criticou.
O bairro é um conjunto de residências, aproximadamente 9 mil casas na região, e grande parte delas foram feitas por construtoras, financiadas pelo projeto Minha Casa Minha Vida, da Caixa Econômica Federal. Flávio fala desapontado com a situação. “Nós investimos em um sonho, em um projeto de vida, nossas casas, e a gente não consegue nem o básico, que é entrar nelas, porque se chover fica impossível. Moradores pagam mensalidade de R$ 300,00 a R$ 1000,00, muitos deles abandonaram as casas porque não conseguem entrar”, apontou.
Os moradores nomearam a rua com maior quantidade de buracos, nível de alagamento e matos, como Rua Sem Prefeito. E lá é onde está localizado o posto de saúde do bairro. Em paralelo, situa-se o Colégio Graciliano Ramos, onde mães e as crianças trafegam com dificuldades por conta de alagamentos decorrentes da chuvas, ou fazem o percurso por dentro dos matos, expostas a riscos.
- Foto: DivulgaçãoRuas do bairro Torquato Neto
Flávio disse ainda que, “a limpeza das ruas do bairro é realizada por meio da arrecadação coletiva dos moradores”, finalizou.
Outro lado
O GP1 procurou o Superintendente da SDU-Sul, Paulo Lopes, para tratar sobre o assunto. Ele aponta que a situação compete a vários órgãos, Caixa Econômica, construtoras, Ministério das Cidades, Ministério do Planejamento para que se possa solucionar a questão. “ A construção destes residenciais, através do Programa Minha Casa Minha Vida, não obedeceu a questão da drenagem, isso acarretou o problema que temos hoje com relação a construção de uma galeria. O projeto desta construção foi aprovado pela prefeitura e realizado pela Caixa Econômica, no valor de 70 milhões de reais. A prefeitura não tem recursos próprios para realizar esta obra. A gente tem que buscar este recurso junto ao Ministério das Cidades. Ainda este ano, será possível o inicio da obra, após a liberação do Ministério e da licitação serem sinalizadas ”, afirmou.
Paulo Lopes, disse ainda que “a prefeitura não se omite à situação, mas não há como realizar nada em relação aos alagamentos devido ao volume de água do bairro, não tem como fazer nada, sem a construção da galeria”, finalizou.
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