A defesa do capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson da Silva Nascimento, réu confesso da morte da namorada Camilla Abreu, ingressou com pedido de instauração de incidente de insanidade mental do réu que será julgado pela juíza de direito da 2º Vara do Tribunal do Júri, Maria Zilnar Coutinho Leal, que pode decidir pelo deferimento ou não.
Em despacho datado desta terça-feira (20), a magistrada solicitou ao diretor do presídio militar, onde Allisson está preso, para que informe, no prazo de 24 horas, sobre a medicação que é ministrada diariamente ao acusado no estabelecimento prisional, além de encaminhar a respectiva prescrição médica e as datas de saída do policial para atendimento médico fora das dependências do presídio.
Recorridas as 24 horas, o promotor de Justiça deverá apresentar manifestação sobre o pedido.
- Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson Wattson
Alegação de insanidade mental
A alegação de insanidade mental é a defesa na qual alega-se que devido a questões relacionadas à faculdade mental (doenças psiquiátricas ou deficiência mental), o réu não é responsável pelas suas ações.
Audiência
Está marcada para a próxima sexta-feira (23), às 8h30, audiência de instrução e julgamento do capitão Allisson Wattson.
Ravenna de Castro, advogada da família de Camilla, explicou que ao final da audiência a juíza vai decidir se Allisson vai ser julgado pelo Tribunal Popular do Júri: “Vão ser ouvidas as testemunhas, e o acusado, toda matéria de instrução, de coleta de depoimentos, de provas, é feita nessa audiência, e a juíza vai dizer se ele vai ser submetido ao Júri Popular ou não”, afirmou.
Expulsão da PM
A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí concluiu o processo administrativo contra o policial e o considerou culpado, sendo pedida a sua expulsão da corporação. O processo seguiu para o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. A decisão final caberá ao governador Wellington Dias, caso o TJ confirme o entendimento do conselho.
Relembre o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro do ano passado. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. Laudo cadavérico da estudante Camilla Abreu concluiu que a jovem foi arrastada antes de morrer.
O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público.
Ver todos os comentários | 0 |