Em entrevista ao GP1, o delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) explicou como se deu a operação deflagrada nesta terça-feira (12), que culminou com a prisão de quatro pessoas por suspeita de participarem de uma organização criminosa especializada em roubo de joias e ouro na Capital.
Os presos foram identificados como Francisco das Chagas de Moraes, vulgo "Cerqueira", que seria um empresário, dono de uma loja de pneu de fachada, seu filho, Jefferson Siqueira Silva de Moraes, Joseane dos Santos Lima, que é namorada de Francisco e Joelma dos Santos Lima, irmã de Joseane.
Segundo o delegado Gustavo Jung, a desarticulação dessa quadrilha se deu após a denúncia de uma vítima, que teve suas joias avaliadas em R$ 150 mil roubadas. “O grupo criminoso se organizava de uma forma bem detalhada, cada um com suas funções de modo que tivessem acesso a pessoas com alto poder aquisitivo. Com base de contatos de empresas, eles passavam a dar detalhes de pessoas que tinham mercadorias de alto valor. A vítima disse que a informação de que ela estaria em posse de joias valiosas foi passada para o resto da quadrilha por Joseane, que ficou amiga da vítima. O roubo das joias então foi organizado por Francisco, vulgo 'Cerqueira'", contou o delegado.
- Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Gustavo Jung
O delegado explicou que depois do crime era feita a lavagem de dinheiro com o empenho das joias. “O grupo se utilizava de uma pessoa que era responsável por fazer a lavagem de dinheiro. Geralmente era uma pessoa “ficha limpa” que fazia o empenho das joias na Caixa Econômica e o dinheiro resgatado a título de financiamento era levantado pela quadrilha que reinvestia o dinheiro em novos crimes”, afirmou.
“É notório que Joelma, que trabalha como auxiliar de serviços gerais e é irmã de Joseane não possuía nenhuma contabilidade financeira para estar movimentando esses valores na Caixa. Constatamos então que ela foi induzida a fazer aqueles contratos de empenho. Por ela ter participação nesse crime, pedimos dentro desse inquérito a prisão preventiva de todos eles”, explicou.
O Cerqueira, segundo o delegado já possui uma vasta ficha criminosa no GRECO. “O Francisco já possui cinco passagens pela polícia. Nós de posse dessas informações fizemos o levantamento da pessoa dele. Ele tinha pessoas ligadas a ele que praticava esses delitos e comandava a quadrilha, utilizando seu filho e pessoas de dentro das empresas para praticar os crimes”, afirmou.
O delegado disse ainda que a operação teve início em agosto do ano passado. “A operação deflagrada ano passado [Latronum] apurava delitos de organização criminosa em que participava determinado grupo criminoso. Nós pedidos a prisão de sete pessoas, dentre elas, alguns presos de hoje, desde então eles estavam sendo processados. Mas só agora conseguimos expedir um novo mandado de prisão preventiva”, completou.
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