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Teresina - Piauí

Advogada da família de Camilla Abreu diz que não deixará PM ser solto

“Soubemos que a defesa do capitão já está com pedido pronto, esperando só um dia de atraso para ajuizar a soltura. Mas, não vamos deixar isso acontecer”, garantiu Ravenna Castro.

A advogada Ravenna Castro que representa a família da estudante de direito, Camilla Abreu, assassinada pelo namorado, o capitão da Polícia Militar Allisson Wattson, informou ao GP1, nesta quarta-feira (29) que o inquérito sobre o caso já foi concluído nesta tarde e que até a sexta-feira (01), ele deverá ser entregue ao Ministério Público. Ela afirmou que não deixará o PM ser solto.

O pai da jovem, Jean Carlos, se reuniu com o delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador da Delegacia de Homicídios para saber mais detalhes sobre o crime. O encontro aconteceu nesta tarde. "O inquérito era sigiloso tanto pra imprensa como para família para não atrapalhar a investigação, e agora, com a conclusão, o delegado devia essas informações à família, explicar como aconteceu e assim foi feito", relatou.


Ravena contou que o pai de Camilla saiu do encontro confiante: "Ele saiu confiante com o trabalho da polícia, ficou mais otimista, porque o inquérito foi muito bem feito, muito bem embasado. Ele está muito abalado devido a riqueza de informações sórdidas, dos detalhes, de saber como a filha foi maltratada", explicou.

  • Foto: DivulgaçãoJean Carlos e Ravenna CastroJean Carlos e Ravenna Castro

"O delegado contou tudo sobre o inquérito, as motivações, falou do indiciamento, que ele agiu sozinho, que ele foi enquadrado em três crimes, homicídio com qualificadora de feminicídio, fraude processual e na ocultação do cadáver, contou alguns detalhes de como aconteceu o crime, que ela foi muito agredida, espancada antes de morrer, disse que o disparo que matou a Camilla foi proposital, premeditado, que ele [Allisson] planejou matar e aguardou o momento oportuno pra matar", afirmou a advogada.

Ainda de acordo com a advogada, 60 pessoas foram ouvidas no inquérito: "O delegado disse que ouviu 60 pessoas dentro do inquérito e que não tem dúvidas que ele premeditou matar e matou e que deve entregar o inquérito até sexta-feira ao Ministério Público", declarou.

  • Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla AbreuCamilla Abreu

"A defesa dele [Allisson] entrou com requerimento lá na delegacia querendo saber quem eram as testemunhas que depuseram no inquérito e querendo o endereço dessas testemunhas e o delegado indeferiu achando que eles pudessem querer essas informações para coagir ou intimidar as testemunhas para que elas não fossem depor no tribunal do júri", revelou Ravena.

Ravena disse que também ficaram sabendo da existência de duas investigações contra o capitão: "Descobrimos que tem dois inquéritos arquivados no Comando Geral da Polícia Militar, um relacionado aos disparos feitos contra uma pessoa e outro em que ele pegou uma cabeleireira colocou ela em cárcere privado, colocou a arma na cara da mulher e ameaçou de morte. Mas, os dois inquéritos foram arquivados sem nenhuma punição e é isso que a gente não quer que aconteça no caso da Camilla, queremos ele não saia impune, queremos a exclusão dele dos quadros da polícia", enfatizou.

Ainda segundo Ravenna Castro, a defesa do acusado está com o pedido de soltura pronto. “Soubemos que a defesa do capitão já está com pedido pronto, esperando só um dia de atraso para ajuizar a soltura. Mas, não vamos deixar isso acontecer”, garantiu.

Relembre o caso

A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.

A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.

Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.

  • Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson WattsonAllisson Wattson

Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.

Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.

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