Pesquisas eleitorais que apontavam Manuela D’Ávila (PCdoB) com folga à frente nas intenções de voto em Porto Alegre não se confirmaram. Com 99% das urnas apuradas, o candidato Sebastião Melo (MDB) obteve 31,02%, ante 28,9% de Manuela. A diferença era de pouco mais de 13 mil votos. A candidata do PCdoB chegou a largar na frente, mas perdeu a dianteira quando o sistema de apuração foi atualizado.
Conforme as projeções anteriores, a disputa para garantir a ida para o segundo turno com Manuela seria travada entre Melo e o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que buscava a reeleição. Em 2016, o tucano foi eleito ao vencer o emedebista, no segundo turno.
A retirada da candidatura de José Fortunati (PTB) a menos de uma semana da votação, porém, mexeu no tabuleiro político levando a maioria dos votos para Melo. Fortunati manifestou apoio para o emedebista. Sem a vantagem prevista pelas pesquisas, Manuela, que já disputou duas vezes a prefeitura porto-alegrense, tem como desafio buscar votos para o segundo turno também entre eleitores de centro-direita de Marchezan, que enfrenta um processo de impeachment. Ele obteve 21% dos votos.
Melo mostrava confiança de que seguiria no páreo. “Eu fui sentir a eleição mais no final porque a decisão do eleitor fica mais a flor da pele. Estou muito convencido que o acolhimento da última semana nos levaria para o segundo turno. Vejo isso claramente nas manifestações por onde passo na cidade”, afirmou. No sábado, a pesquisa Ibope indicava 40% dos votos válidos para Manuela e 25% para Melo.
A candidata do PCdoB garantia não ter não um adversário preferido para enfrentar no segundo turno. “Nossos adversários são os problemas da cidade. Não escolhemos contra quem vamos lutar”, disse. Alvo de acusações machistas nos debates, Manuela também espera maior equilíbrio nos próximos encontros. “Vocês acompanharam a violência a qual eu fui submetida nos debates o silêncio de todos os candidatos homens em relação a essa violência em público”, disse.
Assim como nas demais regiões do País, houve grande lentidão para divulgação dos votos. O entrave levou o TRE a reiniciar o sistema de apuração. Com quase 1,1 milhão de eleitores aptos para votar, os porto-alegrenses também elegeram seus 36 vereadores para Câmara Municipal. O índice de abstenção, porém, foi elevado batendo a casa de 33% na capital.
Embora as atenções estivessem voltadas para a lentidão das urnas, as eleições em Porto Alegre também tiveram reforço na segurança. Chamou atenção que um dos 16 drones usados pela Polícia Federal no Estado flagrou um homem distribuindo propaganda eleitoral na cidade.
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