O número de mortos após o rompimento de uma barragem em Brumadinho na última sexta-feira chegou a 110, segundo informou o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Minas Gerais nesta quinta, 31. Dentre os corpos resgatados, 71 foram identificados. A tragédia deixou ainda 238 desaparecidos e 108 desabrigados e desalojados.
A barragem que se rompeu tinha cerca de 13 milhões de m³ de rejeitos, que foram despejados sobre a região do Córrego do Feijão, atingindo a área administrativa da empresa, a comunidade da Vila Ferteco e a pousada Nova Estância. A onda de rejeitos chegou até o Rio Paraopeba, a cerca de 8 km da barragem, e começou a se mover em direção ao Rio São Francisco.
- Foto: Wilton Júnior/Estadão ConteúdoLama no Córrego do Feijão dividiu estrada em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte
Desde o rompimento da barragem, na sexta-feira, 25, os bombeiros fazem buscas por vítimas em meio à lama que se espalhou pela região. Cães farejadores ajudam na localização de corpos. Nesta quinta-feira, 31, as buscas chegaram a ser suspensas para garantir a segurança dos militares envolvidos nas operações. O motivo foi a previsão de tempestades na região de Brumadinho.
"Continuamos com nossos 18 pontos de atenção. Nesse momento, entramos em uma fase um pouco difícil da operação, considerando que a maioria dos corpos que estava em localidades superficiais já foram encontrados e os corpos que serão localizados demandam trabalho de escavação, de estabilização do terreno para acesso a esses corpos, além de que a maioria dos corpos íntegros já foram recuperados", explicou o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
Segundo Aihara, é possível que a velocidade de localização das vítimas diminua. "Nos próximos dias, o número de corpos aumentará, mas a velocidade de avanço talvez se reduza um pouco, considerando que o trabalho agora é muito mais nimucioso, demanda uma atuação muito mais detalhada."
Punições
Cinco pessoas - dois engenheiros da empresa alemã TÜV SUD, que atestou a estabilidade da barragem, e três funcionários da Vale que estariam envolvidos diretamente no licenciamento da barragem - foram presos na terça-feira, 27. A Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias por suspeita de homicídio qualificado, crime ambiental e falsidade ideológica.
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