O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) designou a promotora de Justiça Flávia Gomes, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (Caodec), para acompanhar o caso do incêndio ocorrido no último final de semana no Assentamento 8 de Março, localizado no Povoado Chapadinha Sul, zona rural de Teresina.
Durante visita ao local, realizada na quinta-feira (19), a promotora de Justiça ouviu os moradores da região e chamou atenção para a necessidade de identificação de idosos, mulheres, crianças e de todas as famílias que residem no assentamento de acordo com as especificidades de cada um.
- Foto: Divulgação/AscomPromotora Flávia Gomes visita assentamento
“Diante de tudo que vimos, nossa preocupação é garantir acesso à água potável, alimentação e saúde para todos, mas também devemos garantir a identificação dessas pessoas. Muitos perderam seus documentos e entendemos que a cidadania tem início, justamente, com a identificação de cada um deles como sujeitos de direitos e deveres. Vamos nos articular com outras instituições para a realização de um mutirão para que eles possam ter seus documentos novamente”, destaca Flávia Gomes.
Atendimentos
Uma força-tarefa está sendo realizada por diversos órgãos públicos para prestar maior assistência às famílias desabrigadas. Núbia Lopes, superintendente de Relações Sociais da Secretaria de Governo (Segov), relata que, além das ações imediatas - como a entrega de cestas básicas e de frutas e verduras - também será realizado levantamento do número exato de famílias vítimas do incêndio para que elas sejam encaminhadas aos programas sociais do Governo. “Lamentamos o ocorrido, mas sabemos que o momento é de garantir atendimento qualificado para essa população e chamar atenção de todos para os riscos das queimadas”, complementa a superintendente.
- Foto: Divulgação/AscomPromotora visita comunidade atingida por incêndio
O acampamento
Com um modo de vida comunitário após o incêndio, os acampados se uniram ainda mais para ajudar toda a comunidade. João Luis coordenada o acampamento. Segundo ele, desde o dia 8 de março de 2016 as famílias residem na região. “A maior parte das famílias do 8 de março são oriundas do campo. Elas foram para zona urbana em busca de qualidade de vida, mas agora retornaram para a zona rural e buscam na terra a sobrevivência. Outros acampamentos estão nessa situação. Peço aos governos atenção para as famílias que estão em situação de vulnerabilidade social”, diz o acampado.
Ele também afirma que há um ano e oito meses foi protocolado no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) o pedido de desapropriação da terra, mas não tiveram retorno da solicitação realizada.
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