A primeira professora com Down do país, Débora Seabra, respondeu em uma carta as críticas feitas pela desembargadora Marília Castro Neves, do Rio de Janeiro, que questionou o que professores com a síndrome podem ensinar a alguém. Marília também publicou fake news sobre a vereadora Marielle, assassinada na semana passada.
"Ouço que o Brasil é o primeiro em alguma coisa!!! Apuro os ouvidos e ouço a pérola: o Brasil é o primeiro país a ter uma professora portadora de síndrome de Down!!! Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social... Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?", disse a desembargadora em seu Facebook.
- Foto: FacebookDesembargadora Marília Castro recebe carta de professora com síndrome de Down
A professora publicou uma carta também nas redes sociais, em resposta a Maríllia. "Não quero bater boca com você! Só quero dizer que tenho síndrome de Down e sou professora auxiliar de crianças em uma escola de Natal (RN). (...) Eu ensino muitas coisas para as crianças. A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais. (...) O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as crianças e todo mundo pra acabar com o preconceito porque é crime. Quem discrimina é criminoso", escreveu.
Débora Seabra, de 36 anos, trabalha há mais de 10 anos como professora auxiliar em Natal, no Rio Grande do Norte e já escreveu um livro infantil. Na semana passada, a desembargadora Marília Castro se envolveu em outra confusão, quando divulgou notícias falsas sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro no dia 14 de março.
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