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Saúde

"Politizar a pandemia do coronavírus é brincar com fogo", diz OMS

Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom afirmou que coronavírus explora as fraturas nacionais e globais e vai além de partidos e crenças.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira, 8, que politizar a pandemia do novo coronavírus é o pior erro que os países podem cometer nesta crise. Em uma entrevista coletiva em um tom bem mais inflamado do que as recentes, Tedros afirmou que já sofreu ameaças de morte, foi vítima de comentários racistas e que a politização do vírus é "brincar com fogo".

"Quando existem fissuras no nível nacional, nos partidos políticos ou entre grupos, é quando o vírus encontra uma oportunidade, nos explora e nos derrota", afirmou, citando que é primordial é haver unidade nacional para combater o vírus. Tedros lembrou que foi político - atuou como ministro da Saúde e das Relações Exteriores da Etiópia - e reconhece as dificuldades de fazê-lo, mas destacou que é "a coisa certa".


"Não vamos usar a covid-19 para atacar oponentes e para ganhar pontos políticos. Precisamos de solidariedade no nível global e os mais poderosos têm que liderar o caminho". Segundo Tedros, os cidadãos não pertencem a partidos políticos e é preciso haver uma quarentena de politização do vírus. "Por favor, não politizem o coronavírus. Se vocês querem ver mais pilhas de corpos, então vocês façam isso. Se não querem, então não façam". O líder da OMS afirmou que existem outras formas de se provar, e não é usando o vírus. "É como brincar com fogo. Precisamos nos comportar".

Tedros também pediu "liderança honesta" de Estados Unidos e China e solidariedade dos países integrantes do G-20. "Aqueles que têm diferenças devem dar as mãos para lutar juntos. Não podemos perder tempo colocando a culpa uns nos outros". Ao responder perguntas sobre as críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez sobre a OMS, chamando-a de "chinocêntrica", Tedros afirmou que a entidade trata todos os países de maneira igual, não importando se são maiores ou menores, mais desenvolvidos ou menos.

Ataques pessoais

Tedros Adhanom revelou que tem sido alvo de críticas e ataques racistas há três meses, desde quando tem liderado a luta contra a pandemia. "Estou recebendo ataques pessoais há três meses, alguns racistas e, para ser sincero, tenho orgulho da minha cor. Até recebi ameaças de morte, mas não me importo", disse.

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