A Polícia Federal no Piauí deflagrou nas primeiras horas desta quarta-feira (21) a Operação Pastor. A ação policial tem como objetivo investigar o desvio de recursos públicos nos municípios de São Raimundo Nonato e Dom Inocêncio, localizados na região Sudeste do Piauí. Até o momento, foram confirmadas as prisões do ex-prefeito de Dom Inocêncio, Inocêncio Leal Parente, e o empresário Décio de Castro Macedo, de São Raimundo Nonato, que é filho do ex-deputado Newton Macedo.
- Foto: DivulgaçãoInocêncio Leal Parente e Décio Macedo
De acordo com a PF, o grupo é investigado pelas práticas de peculato, fraudes em licitações, corrupção ativa e corrupção passiva. Durante as investigações, foram constatados desvios de recursos do Ministério da Educação, Codevasf e Funasa. O prejuízo apurado até o momento ultrapassa o montante de R$ 5 milhões.
- Foto: Thais Souza/GP1Agentes na sede da PF em Teresina
Em entrevista ao GP1, o procurador da República, Patrício Noel da Fonseca, afirmou que “naquela região [Dom Inocêncio] existia um grupo que fraudava licitações, desviava dinheiro público, mediante superfaturamento de obras públicas ou através de fraude na liquidação dos contratos, ou seja, se pagava por obras que não eram realizadas e, também, mediante utilização de documentação falsa para instruir prestação de contas junto ao Tribunal de Contas, a fim de disfarçar, dissimular as fraudes que eram perpetradas pelo grupo”, explicou.
- Foto: Thais Souza/GP1Patrício Noel da Fonseca
O procurador da República, Patrício Noel da Fonseca, foi enfático ao dizer que o ex-prefeito de Dom Inocêncio, Inocêncio Leal, era o líder da organização criminosa. “O líder do grupo, aparentemente, era o ex-prefeito de Dom Inocêncio e que, mesmo não estando mais na administração pública, mantém contato com administrações públicas de todos esses municípios onde as fraudes acontecem”, pontuou.
O procurador informou ainda que o grupo vinha atuando há mais de 10 anos. “É um período muito longo, mais de uma década esse grupo atuou e continuava atuando [... ] construção de cisternas, reforma de unidades escolares, aquisição de ônibus escolar, são muitos contratos, são vários municípios assim. Esse grupo atuava não apenas em Dom Inocêncio, mas São Raimundo Nonato, municípios daquela microrregião, e até para municípios de outros estados. Então as investigações estão prosseguindo, a fim de continuar a desvendar e a desbaratar essa organização criminosa”, completou.
A Operação Pastor está sendo coordenada pelo delegado Albert Moura, que acompanha os cumprimentos de mandados de prisão e mandados de buscas e apreensões nas duas cidades. De acordo com o delegado, às 10h30min a Polícia Federal vai divulgar mais informações sobre a operação em uma entrevista coletiva.
- Foto: Thais Souza/ GP1Delegada Larissa Magalhães e delegado Albert Moura
A Polícia Federal divulgou uma nota à imprensa.
Confira a nota na íntegra.
A Polícia Federal no Estado do Piauí comunica que na manhã de hoje (21/06) foi deflagrada a Operação PASTOR para fazer cessar ação de grupo criminoso atuante nos municípios de São Raimundo Nonato, Dom Inocêncio e Teresina. Os trabalhos estão sendo realizados conjuntamente com a Controladoria Geral da União (CGU).
O grupo criminoso é investigado pela prática de desvio-peculato, fraudes licitatórias, corrupção ativa, e corrupção passiva. Foram desviados recursos do Ministério da Educação, Codevasf e Funasa. O prejuízo apurado até o momento ultrapassa o montante de R$ 5 milhões.
Estão sendo cumpridos mandados de prisão, de conduções coercitivas, e de buscas e apreensão, expedidos pelo Meritíssimo Juiz Titular da Subseção Judiciária Federal em São Raimundo Nonato-PI, para execução nos municípios de Teresina, São Raimundo Nonato, Dom Inocêncio, e no Distrito Federal.
Maiores informações serão dadas em entrevista coletiva marcada para as 10:30 horas na sede da Polícia Federal em Teresina-PI.
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