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Teresina - Piauí

Perito questiona laudo oficial e caso Salve Rainha volta à tona

O perito não oficial, Pitágoras Veloso, afirmou que vai provar cientificamente que o Moaci não invadiu o sinal vermelho, resultando no acidente que matou dois irmãos.

O caso Salve Rainha, como ficou conhecida a tragédia que vitimou os irmãos Júnior Araújo e Bruno Queiroz, em junho de 2016, e que, até então estava solucionado, conforme laudo pericial do Instituto de Criminalística do Piauí, voltou à tona. Isso porque o perito não oficial, Pitágoras Veloso, contestou o laudo oficial, divulgado em julho do ano passado. 

“Inicialmente, o que eu contesto e vou provar cientificamente é que o laudo está viciado, que no sentido jurídico significa que não está procedendo, houve um erro de percepção perante os peritos e que chegou aquela conclusão de declarar que o sinal estava verde para o veículo das vítimas e vermelho para o Corolla, do Moaci [Moura]. Eu vou provar cientificamente que o sinal estava verde para o carro do Moacir e fechado para o fusca, apenas isso”, declarou em entrevista ao GP1, na tarde desta quinta-feira (23).


  • Foto: Mariana Viana/ GP1Pitágoras VelosoPitágoras Veloso

Conforme o parecer técnico elaborado por ele, o sinal não estava vermelho para Moaci. “A causa determinante [do acidente] não foi a alta velocidade, não foi a embriaguez, foi a invasão de sinal. Se não tivesse invasão de sinal, não haveria o acidente. Eu me baseei em vários conhecimentos da ciência, como física, engenharia do trânsito e engenharia de iluminação, com essas três ciências, cheguei a essa conclusão”, complementou.

Sobre os outros crimes pelos quais o acusado responde, como embriaguez e excesso de velocidade, Pitágoras justificou que em todo caso de acidente, deve-se levar em consideração a causa determinante. “Em todo sinistro, há uma causa determinante, no caso do acidente da Chapecoense, por exemplo, houve três causas ali, uma foi a controladora de vôo que não permitiu que o avião pousasse, outra foi a pane seca que é a falta de combustível e ainda sobre o excesso de peso. Qual foi a falta determinante do evento ter caído? Foi a falta de combustível! E nesse caso do acidente do Salve Rainha foi a invasão de sinal, então eu pergunto: se não tivesse invadido o sinal, haveria o acidente? Ele poderia está a mil quilômetros por hora, mas se não tivesse invadido o sinal, qual o problema? Agora tudo bem, se ele estava com embriaguez alcóolica, que ele responda por esse crime, mas a causa determinante foi a invasão de sinal”, destacou.

Questionado sobre a relação com o acusado, Pitágoras declarou que tem contato apenas com o advogado do mesmo. “A minha relação com a família [de Moaci] é nenhuma, eu tenho apenas relação com o brilhante advogado [do acusado], Dr. Eduardo Faustino, e esse parecer é extraprocessual. Se me contratarem de fato, porque os recursos de pronúncia devem ser julgados, aí entra no processo, mas por enquanto, é um processo extraprocessual. Mas eu vou provar cientificamente que o Moaci não invadiu o sinal, pelo contrário, estava aberto para ele”, ressaltou.

O perito não oficial é proprietário do Complexo Forense Pitágoras Veloso e Associados, formado por uma equipe multidisciplinar de doutores, mestres e especialistas e engenheiro especialista em Ciência Forense – um conjunto de conhecimentos científicos e técnicos usados para desvendar crimes. Em 2012, ele foi acusado de estar armado em frente à Faculdade FAP e fazer ameaças, após ser expulso da instituição. "Eu processei todos eles e provei minha inocência, eu provei que tudo ali era armação e que eu realmente estava com um juiz federal, e hoje, quem responde os processos são ele, por difamação, injúria e calúnia", concluiu.

Relembre o caso

A colisão entre um Corolla [Moaci] e um fusca [irmãos] no dia 26 de junho do ano passado, resultou na morte dos integrantes e idealizadores do coletivo cultural Salve Rainha. Junto com eles, estava uma terceira vítima, que felizmente sobreviveu, o jornalista Jader Damasceno. A tragédia aconteceu na Avenida Miguel Rosa, no Centro de Teresina.

                                                                                                                                                                                                                                   

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