O ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou a participação em evento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para fazer um discurso enfático de compromisso com a preservação da Amazônia.
"Sabemos que temos que reduzir os efeitos sobre o meio ambiente. Queremos apoio e compreensão para fazer isso melhor. O Brasil sabe da importância do desenvolvimento sustentável não apenas do ponto de vista fiscal, como do ponto de vista ambiental", discursou. "Se há excessos e erros, corrigiremos. Ou melhor dizendo, não aceitaremos o desmatamento ilegal e a exploração ilegal de recursos", completou, em participação na Cúpula Ministerial Virtual da OCDE sobre Inclusão Social para a América Latina e o Caribe, nesta segunda-feira, 13.
Um grupo formado por ex-ministro da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central divulgou carta para cobrar mudanças na política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. O vice-presidente Hamilton Mourão foi escalado para tentar amenizar a pressão e se reuniu com 10 grandes fundos internacionais na semana passada, sem a participação de Guedes.
Na semana passada, o Estadão/Broadcast revelou que o governo travou o repasse de R$ 33 milhões doados pela Noruega e Alemanha para o Ibama, que seriam destinados à Amazônia. Em agosto do ano passado, Bolsonaro chegou a dizer que não precisava do dinheiro de países europeus para preservar a floresta. Nesta segunda, Guedes pediu ajuda de outros países para que o governo consiga lidar com a questão ambiental.
"A Amazônia é maior que a Europa, é difícil monitorar tudo. Em um país com carência de educação e saneamento, como policiar toda a selva Amazônica sem ajuda? Estamos abertos à cooperação e ajuda para saída da crise", completou o ministro.
Guedes retomou ainda o discurso de duas semanas atrás, quando reverberou uma fala de Bolsonaro de que parte das críticas à política ambiental brasileira ocorreriam por má fé de países que competem com o Brasil no mercado global.
"Sabemos que preservamos mais as nossas florestas e protegemos nossos povos indígenas melhor que outros países, onde houve guerras de extermínio. O Brasil alimenta o mundo preservando o seu meio ambiente", apontou. "Queremos ajuda, mas não aceitamos falsas narrativas sobre o que aconteceu nas ultimas décadas. Pedimos compreensão à comunidade mundial. Muitos escondem seu protecionismo condenando o Brasil. Há muitos interesses protecionistas criticando o Brasil e não ajudando."
Ao encerrar a participação no evento, Guedes repetiu o desejo do Brasil em integrar a OCDE, até mesmo para implementar os melhores padrões de gestão também na área ambiental.
"Somos um planeta, somos uma espécie e sentimos a ameaça agora para todos nós. Estaremos juntos de mãos dadas, todos. E a questão ambiental está logo ali na frente. Tivemos uma questão biológica, teremos questão ambiental à frente e estaremos juntos. Vamos passar por essa onda da pandemia e precisamos evitar a segunda onda de recessão econômica", concluiu.
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