O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta quinta-feira, 16, para a elevação dos casos de violência doméstica relacionados às medidas de restrição da circulação de pessoas ao redor do mundo.
"Estamos preocupados com alguns relatos na mídia sobre a violência irromper como resultado de medidas de distanciamento físico", afirmou Tedros em comunicado nesta quinta. "Também estamos preocupados com os relatos de uma tendência crescente de violência doméstica vinculada às medidas de permanência em casa. Essa deve ser uma área de atenção para todos os países".
O líder da OMS falou ainda sobre os países que querem flexibilizar as medidas de rstrição de circulação social e pediu cautela para adotá-las. "Isso é algo que todos queremos, mas deve ser feito com muito cuidado. Se feito muito rapidamente, corremos o risco de um ressurgimento que pode ser ainda pior do que a nossa situação atual", avisou.
Tedros enumerou seis critérios objetivos para os países que consideram suspender as restrições. Primeiro, que a transmissão local esteja controlada. Segundo, que haja capacidade de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos de coronavírus e rastrear todos os contatos. Como terceiro ponto, citou que os riscos de surtos devem estar minimizados em ambientes como unidades de saúde e asilos.
Como quarta medida, é preciso que medidas preventivas sejam implementadas nos locais de trabalho e escolas, por exemplo. Quinto, que os riscos de importação de casos possam ser gerenciados e, por fim, que as comunidades estejam totalmente conscientizadas e capacitadas para se ajustarem ao "novo normal".
Tedros lembrou ainda que a pandemia está atrapalhando a prestação de serviços essenciais de saúde e dificultando a luta contra outras doenças prioritárias. "As campanhas de vacinação para a poliomielite já foram suspensas e outros programas de vacinação estão em risco".
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