O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nesta segunda-feira, 24, que, no fim da crise, os números do País sobre a pandemia do novo coronavírus serão "muito positivos".
Durante evento de inauguração de unidade de apoio ao diagnóstico da covid-19, em unidade da Fiocruz no Ceará, Pazuello afirmou que o trabalho do SUS será reconhecido como “a grande resposta à pandemia no mundo”.
“Não estou falando apenas de números, que serão muito positivos no final, quando colocarmos cálculos com relação à população brasileira e, infelizmente, às perdas. Estou falando do que fizemos para o combate à pandemia. O que nos entregamos, chegamos na ponta da linha”, disse o ministro interino.
Pazuello repetiu que a nova orientação do ministério é procurar imediatamente o médico, em caso de suspeita da covid-19. Se a doença for confirmada, a medicação deve ser receitada o quanto antes, declarou.
Por ordem do presidente Jair Bolsonaro, o ministério recomenda tratamento com cloroquina e hidroxicloroquina como principais fármacos.
“Se tivéssemos feito isso (tratamento precoce) desde o início, teríamos tido menos mortes no País. Estou falando isso alinhado com todos os conselhos (de Estados e municípios)”, disse Pazuello.
Diagnóstico
A ideia do governo é que a unidade de apoio ao diagnóstico da Fiocruz no Ceará libere até 10 mil resultados diários de testes do tipo RT-PCR (molecular), padrão ouro para diagnóstico da doença.
A rede pública fez 2,18 milhões de exames deste tipo durante a pandemia. O número é menos de 10% da meta do governo federal, de 22,4 milhões.
Foram 15,5 mil exames por dia em julho, em média. A promessa do governo é chegar a 115 mil em até 2 meses.
O general afirmou que o uso dos testes é importante para dar “condições de decisões” a gestores públicos. Especialistas, no entanto, afirmam que a testagem em larga escala é essencial para, por exemplo, isolar contatos de pessoas que foram infectadas e podem sequer apresentar sintomas.
Vacina
O ministro interino disse que o governo acompanha e “torce” para que tratativas de governos estaduais com produtoras de vacina tenham sucesso.
O governo de São Paulo fechou acordo para produção e testes entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac. Além disso, a Tecpar, do governo Paraná, negocia a produção da Sputnik V, vacina desenvolvida pela Rússia.
A aposta do Brasil é no modelo desenvolvido pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca. A ideia é que a Fiocruz receba, processe e distribua ao menos 100 milhões de doses da droga.
“Vacina ainda hoje a nossa melhor opção, e por isso estamos nela”, disse Pazuello. “Existem outras iniciativas. Butatan tem iniciativa forte. Tecpar tem iniciativa sendo discutidas. Outros Estados também procuram. Têm sua autonomia. Estamos acompanhando. Torcemos para que dê certo todas as iniciativas. Vão somar e dar capacidade de imunização”, afirmou o general.
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