Aguarda pauta na Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça do Piauí, desde o dia 10 de janeiro de 2019, o recurso em sentido estrito interposto pelo ex-tenente do Exército Brasileiro José Ricardo da Silva Neto acusado de assassinar a namorada Iarla Lima Barbosa, crime ocorrido em 19 de junho de 2017. O Ministério Público e a Assistente de Acusação também recorreram pedindo o restabelecimento da prisão do acusado.
José Ricardo pede a desclassificação das condutas praticadas contra as vítimas Ilana Barbosa Lima e Josiane Mesquita da Silva, irmã e tia de Iarla, respectivamente, em face da ausência de intenção de matar (animus necandi), bem como a exclusão da qualificadora do feminicídio.
- Foto: DivulgaçãoJosé Ricardo Silva Neto
A Procuradoria Geral de Justiça emitiu parecer opinando pelo conhecimento e provimento dos recursos interpostos pelo Ministério Público e pela Assistente da Acusação, no sentido de restabelecimento da prisão do acusado. No parecer, também opinou pelo conhecimento e desprovimento do recurso interposto por José Ricardo da Silva Neto.
O feito tramita na 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça e tem como relator o desembargador Joaquim Dias de Santana Filho.
Relembre o caso
José Ricardo da Silva Neto executou, na madrugada de 19 de junho de 2017, a namorada Iarla Lima Barbosa e deixou feridas outras duas pessoas, a irmã da vítima, Ilana, e uma amiga de 25 anos, próximo ao Bendito Boteco, na zona leste de Teresina.
O ex-militar iniciou uma discussão com Iarla dentro do carro após saírem de uma festa que ocorria no Bendito Boteco. Ele teria ficado com ciúmes de Iarla e, após fazer acusações contra ela, a atingiu com dois tiros no rosto. A irmã da vítima e a amiga conseguiram fugir do carro. Uma das jovens foi atingida de raspão na cabeça e a outra no braço.
- Foto: Facebook/IarlaIarla Lima
O tenente chegou a retornar para o condomínio onde morava com a namorada morta dentro do carro. Ele foi preso por uma equipe do BPRone.
O juiz de direito da Central de Inquéritos, Luiz de Moura Correia, chegou a determinar a quebra do sigilo de dados e imagens dos aparelhos telefônicos do ex-oficial do Exército com o fim de subsidiar as investigações do Núcleo Policial Investigativo de Feminicídio.
No dia 25 de julho de 2017, a juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, respondendo pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, recebeu a denúncia contra José Ricardo.
Durante audiência realizada em novembro, José Ricardo confirmou que atirou em Iarla, mas disse que os tiros que atingiram as outras duas pessoas que estavam no veículo foi acidental.
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