O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta sexta-feira, 6, que espera conseguir restabelecer 100% da energia do Amapá em até dez dias. O Estado entrou hoje no quarto dia de apagão com 89% da população sem eletricidade. Nesta quinta-feira, o governo estadual decretou situação de emergência.
Um incêndio na subestação Macapá ocorrido na noite de nesta terça-feira, 3, levou ao desligamento automático da linha de transmissão Laranjal/Macapá e das usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes e Ferreira Gomes. O fogo tomou conta da subestação e interrompeu cerca de 250 megawatts de carga elétrica. Ao todo, 14 dos 16 municípios do Estado ficaram sem energia.
Moradores da capital têm relatado escassez de água, alimentos e combustível, enquanto supermercados estão encontrando dificuldade para o abastecimento de itens básicos. De acordo com depoimentos ouvidos pelo Estadão, o galão de água potável em Macapá já está custando até R$ 35. "Estamos sem água até para beber. Os caixas eletrônicos não estão funcionando, então está difícil até de comprar comida, pois nem todos os comércios aceitam cartão de crédito", afirma a estudante Cássia Riane Amanajas Cordeiro, de 14 anos.
Segundo o ministro, uma equipe técnica está trabalhando na filtragem do óleo de um transformador da subestação afetada. Ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ele disse acreditar que conseguirá retomar a operação do equipamento ainda hoje, o que, na sua avaliação, restabeleceria cerca de 70% do fornecimento de energia do Amapá.
“Outros geradores termoelétricos estão sendo transferidos para o Amapá para suprir o restante da demanda. E outro transformador será movimentado, também, para essa subestação em Macapá, para termos dois transformadores em operação. Um outro, terceiro, será movimentado para lá nos próximos quinze a vinte dias para que tenhamos um transformador reserva, também, em caso de necessidade”, afirmou Bento Albuquerque.
O Ministério Público Federal instaurou na quinta-feira, 5, um inquérito para apurar as possíveis responsabilidades das empresas e órgãos envolvidos no apagão. O órgão estabeleceu um prazo de 24 horas para que o governo do Amapá, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e a empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) comuniquem as medidas adotadas e planos de ação para o restabelecimento da energia em todo o estado.
O MPF também requisitou, no prazo de cinco dias, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a CEA e a LMTE informem se já foi iniciado algum procedimento para investigação do caso e de eventuais responsabilidades pela falta de peças para a reposição e reparo dos transformadores.
Na quarta-feira, 4, o Ministério de Minas e Energia criou um gabinete de crise para reverter o apagão e enviou uma comitiva ao Amapá para supervisionar as medidas adotadas para o restabelecimento de energia elétrica no estado. Foram anunciados três planos para restabelecer o fornecimento de energia. As opções apresentadas envolvem os estados de Amazonas, Pará e Roraima para envio de peças, motores e transformadores.
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