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Militares do Piauí iniciam movimento em busca de melhoria salarial

O presidente da ABMEPI explicou que a categoria esperava que até o final de janeiro houvesse um posicionamento do secretário de Segurança, Fábio Abreu, o que não ocorreu.

Os policiais militares e bombeiros do Estado do Piauí iniciaram um movimento com o objetivo de conseguir um reajuste salarial para categoria e melhores condições de trabalho. O capitão Marcelo Anderson, presidente da Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí (ABMEPI), afirmou ao GP1 que em março será realizada uma assembleia para definir os rumos da categoria, mas negou que será deflagrada uma greve.

O capitão explicou o objetivo desse movimento. “A nossa reivindicação é pela implementação de um projeto de lei de subsídio dos militares, inclusive fazendo um reajuste dos valores, porque estamos desde 2015 em depreciação dos nossos salários. A data base do nosso reajuste salarial, ela foi em maio de 2015 e de lá pra cá, o governo tem resistido em discutir as propostas salariais e estamos há 3 anos sem reajuste. O que queremos é efetivamente uma política salarial digna e justa que reconheça efetivamente a importância dessa classe”, explicou.


  • Foto: Divulgação/AscomCapitão Marcelo Anderson, presidente da Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí (ABMEPI)Capitão Marcelo Anderson, presidente da Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí (ABMEPI)

O presidente da ABMEPI explicou que a categoria esperava que até o final de janeiro houvesse um posicionamento do secretário de Segurança, Fábio Abreu, o que não ocorreu. Afirmou que se até março não houver uma proposta, uma Assembleia irá definir a ações do movimento.

“Existe a previsão de uma Assembleia que vai ocorrer dia 9 de março, isso se até lá o secretário Fábio Abreu não apresentar uma contraproposta em relação à proposta de reajuste salarial que formalizamos para o governo na primeira semana de janeiro. Nessa Assembleia vamos discutir estratégias de enfrentamento diante da inércia do governo. A pauta de deliberação é aberta, queremos um consenso para impor pressão pública e social para que possamos ter um canal de discussão aberto ao governo”, explicou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Fábio AbreuFábio Abreu

Greve

O capitão Marcelo Anderson explicou que não está prevista nenhuma greve, já que por lei isso não é permitido e que vão tentar chegar a um acordo, por meio do diálogo e de outras ações.

“A greve é inconstitucional, inclusive entendemos que não vamos desobedecer uma norma regulamentar e penal que é muito rigorosa e nos impede de fazer atividades que fujam da normalidade, então não tomaremos nenhuma iniciativa ou ato que transgrida alguma norma ou lei, o que vamos estar fazendo, é conduzir e orientar para construir uma forma de impor nossa política salarial”, destacou.

O advogado Otoniel Bisneto, que representa a Associação dos Oficiais Militares do Piauí (Amepi), destacou ao GP1 que se trata de um movimento pacífico. “O entendimento que se tem é que o policial não pode fazer greve. A greve é um movimento paredista, o que está existindo é um movimento de reivindicação. Uma reunião pacífica de policiais com a devida manifestação, o que é permitido em lei. Agora querem criminalizar uma conduta de reivindicação, mas a gente não pode criminalizar uma reivindicação de servidores públicos que estão em um serviço de alto risco e que estão expostos a toda sorte de mazelas, inclusive as condições de trabalho. É uma reivindicação por melhores salários e condições de trabalho”, disse.

Otoniel explicou que os pedidos vão além do reajuste. “No caso do policial, ele precisa de colete de armas, armamentos, viaturas adaptadas, fazer treinamento e é isso que está se reivindicando, além de uma base salarial, que está extremamente defasada. Ninguém está contestando aumento, é uma revisão geral, que é previsto em lei. A Lei de Responsabilidade Fiscal diz que a revisão tem que ser dada independente de qualquer coisa”, finalizou

Fábio Abreu

Procurado pelo GP1, o secretário de segurança Fábio Abreu contou que ainda não foi informado sobre o movimento que os policiais militares e bombeiros do Estado do Piauí estão se preparando para realizar. “Não fui comunicado ainda. Então vou aguardar. Eu tenho buscado, junto ao governador [Wellington Dias], desde o ano passado, avançar em alguns pontos. Mas temos que aguardar a decisão do governador. Conversei bastante com ele, avançamos, mas não podemos divulgar no momento”, disse.

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