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Política

Marcelo Castro recebeu R$ 1 milhão de propina da JBS

Cunha cobrava de empresas – como a JBS – e se certificava de que os deputados fiéis fossem devidamente contemplados.

A Revista Época revelou, na noite desta quarta-feira (03), como o ex-deputado federal Eduardo Cunha distribuiu os R$ 30 milhões que recebeu da JBS para comprar deputados e garantir a sua eleição à presidência da Câmara Federal em 2015.

Entre os deputados que foram ‘comprados’, segundo a revista, está o deputado federal piauiense e ex-ministro da Saúde, Marcelo Castro, que teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro. Cunha iniciou a distribuição, determinando o pagamento de R$ 4 milhões à bancada mineira do PMDB, em seguidao valor de R$ 1 milhão, em cash, ao deputado Marcelo Castro e gastou outros R$ 10,9 milhões direcionando a verba da JBS para empresas que lavavam seu dinheiro e de seus aliados, sendo que desse total, R$ 7,8 milhões foram depositados em escritórios de advocacia.


  • Foto: Lucas Dias/GP1Marcelo CastroMarcelo Castro

Já os outros R$ 11,9 milhões foram recolhidos por Cunha, em dinheiro, por meio do assessor em quem mais confia, Altair Alves Pinto, sempre no Rio de Janeiro. Houve também doações oficiais ao PMDB. Além de pagamentos de contas controladas por Joesley, na Suíça, a contas controladas por Lúcio Funaro, o doleiro conhecido como Mameluco.

O esquema

De acordo com com a Resita Época, Eduardo Cunha cobrava de empresas – como a JBS – e se certificava de que os deputados fiéis fossem devidamente contemplados. Em 2015, ele tentava se reeleger deputado e, ao mesmo tempo, almejava a presidência da Câmara, por isso precisava abastecer a campanha de seus aliados – e, se necessário, sabotar a campanha daqueles que não se vergavam a ele, financiando os adversários de seus adversários.

  • Foto: Ed Ferreira/Estadão ConteúdoEduardo CunhaEduardo Cunha

Na delação da JBS, o empresário Joesley Batista contou que repassou R$ 30 milhões ao então deputado Eduardo Cunha.

De acordo com planilhas e relatos obtidos por Época, Cunha centralizou o reparte do dinheiro – e só ele, portanto, poderá revelar a quem entregou os recursos, boa parte em dinheiro vivo.

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