Trinta e sete países confirmaram seus primeiros casos do novo coronavírus na última semana, entre os dias 15 e 21 de março. O período marcou uma escalada vertiginosa da covid-19 a nível global, sobretudo na África, continente responsável por 24 das nações que entraram no mapa. Já são cerca de 350 mil casos no mundo, segundo dados atualizados em tempo real pela Universidade Johns Hopkins.
Na contramão da pandemia, 29 países ainda não registraram um único caso da doença: 11 na África, dez na Oceania, seis na Ásia e dois na América. O número, porém, dificilmente se sustentará nos próximos dias.
A falta de transparência, em nações como a Coreia do Norte, e situações bastante instáveis, como no Mali, dão indícios de que há subnotificação de casos em vários dos “imunes”. O acesso limitado aos testes de detecção da covid-19 em países subdesenvolvidos, com sistema de saúde precário, também ajuda a entender a demora para confirmar suspeitas.
Da lista de 29 países sem casos confirmados, quase metade (14) tem menos de um milhão de habitantes. Apenas seis possuem uma população superior à da cidade de São Paulo - 12,2 milhões, de acordo com a estimativa do IBGE para 2019. Mianmar, na Ásia, é a nação mais populosa do grupo, com 53 milhões de habitantes. A larga fronteira com a China, no entanto, torna o feito pouco provável.
Até o momento, ilhas pouco habitadas da Oceania são os locais mais seguros contra o coronavírus. Dez dos 14 integrantes do continente permanecem ilesos, mas o estado é crítico na Austrália, que já tem mais de 1.600 pacientes - o governo local lançou um pacote de US$ 38,2 bilhões para amenizar os danos econômicos. A vizinha Nova Zelândia confirmou 102 casos, e Fiji (3) e Papua Nova Guiné (1) foram pouco afetadas.
Embora os números oficiais indiquem uma suposta tranquilidade para quem ainda não reportou o vírus, o alerta está ligado, com medidas drásticas sendo tomadas para evitar a proliferação da doença. Até mesmo na Oceania, onde a Samoa declarou estado de emergência neste sábado, 21, após uma pessoa retornar da Nova Zelândia com sintomas gripais. O temor também levou grande parte do seleto grupo de 29 a fechar fronteiras e a proibir voos que saem dos lugares mais impactados pela pandemia.
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