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Política

Lula diz que combinação de medida provisória é coisa de bandido

O ex-presidente prestou depoimento no dia 6 de janeiro, mas só foi anexado nesta sexta-feira (22).

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que uma eventual “combinação” do teor de uma medida provisória é “coisa de bandido” e afirmou que nunca recebeu lobistas e nem propostas de vantagens indevidas enquanto foi presidente.
Imagem: Roberto Jayme/ReutersLula será ouvido como testemunha e não como investigado(Imagem:Roberto Jayme/Reuters)Lula foi ouvido como testemunha e não como investigado

O depoimento foi dado na Superintendência da Polícia Federal em Brasília no último dia 6 e foi anexado ao processo penal da Operação Zelotes nesta sexta-feira (22). A Operação investiga a compra de medidas provisórias. O ex-presidente foi ouvido como testemunha e não como suspeito.

Agentes da PF questionaram a Lula, durante o depoimento, sobre um trecho de um relatório apreendido no escritório de uma das empresas do advogado e lobista Mauro e Marcondes que dizia que a MP 512/2010 “foi combinada entre o pessoal da Fiat, o presidente Lula e o governador Eduardo Campos”.

Marcondes foi preso na Operação Zelotes e é apontado por investigadores como responsável por comprar medidas provisórias para atender interesses de empresas automotivas.

"Que se reuniu algumas vezes com o então governador do estado de Pernambuco Eduardo Campos, o qual levou [Cledorvino] Belini, não se recordando se ele estava na condição de representante da Fiat e/ou presidente da Anfavea, e que foram esclarecidos os benefícios da instalação da fábrica da Fiat no estado de Pernambuco", diz trecho do depoimento. "Que a partir daí a discussão se transcorreu dentro dos setores técnicos dos ministérios".

Ao ser perguntado sobre a procedência da informação, o ex-presidente respondeu que “combinação”, em sentido pejorativo, é “coisa de bandido” e que isso não aconteceu. Provavelmente Lula voltará a depor no dia 25, na 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, porque foi arrolado como testemunha do réu Alexandre Paes dos Santos, lobista que teria atuado na aprovação da MP 471 de 2009, que prorrogou anos de benefícios tributários ao setor automotivo.

A defesa de Lula pediu que ele seja dispensado de depor, mas a decisão cabe aos advogados do réu que o escolheu como testemunha.

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