Informações contidas em decisão judicial do Tribunal de Justiça de Goiás apontam que o conteúdo usado por hackers, para extorquir quantias milionárias do padre Robson Oliveira Pereira, cita dois supostos casos amorosos do pároco. Ao todo, o líder da Basílica do Divino Pai Eterno teria pago R$ 2,9 milhões com dinheiro da Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe) em troca do arquivamento das mídias.
Esse processo desencadeou a operação que investiga desvio de doações de fiéis. A defesa do líder espiritual, que está afastado das atividades religiosas, afirmou ao G1 que "padre Robson foi vítima de extorsão, tendo buscado suporte da Polícia Civil, que monitorou as transações, e culminou na prisão dos extorsionários. Já houve sentença, e os criminosos foram punidos pelo Judiciário com severidade. Não havia qualquer conteúdo verídico como objeto das ameaças".
Desse total de R$ 2,9 milhões, o Ministério Público afirma que a associação ficou no prejuízo em R$ 1,2 milhão, quase a metade da quantia. Segundo a defesa do padre, o dinheiro usado nos pagamentos foi recuperado e está guardado em conta judicial, aguardando liberação para ser depositado de volta nas contas da Afipe.
A defesa do hacker, identificado como Welton Ferreira Nunes Júnior, não foi localizada até o momento. Ele e mais quatro pessoas envolvidas no esquema de chantagem foram condenadas, com penas que variam de 9 a 16 anos de prisão, em 2019.
Relacionamentos amorosos
O juiz Ricardo Prata apontou em sua decisão que um dos relacionamentos amorosos do padre seria com o próprio hacker, que invadiu os celulares e e-mails do pároco.
A decisão judicial traz um segundo romance envolvido no esquema da chantagem. Em depoimentos ao Ministério Público, testemunhas relataram que os hackers encontraram uma foto do padre com uma mulher, e uma conversa relatando situações amorosas.
De acordo com o Ministério Público, dois hackers conseguiram invadir o celular e o computador pessoal do padre Robson e as extorsões começaram no dia 24 de março de 2017. Um hacker, sob a alcunha de "Detetive Miami", enviou um e-mail ao religioso pedindo R$ 2 milhões para não expor informações pessoais dele, entre elas, um suposto caso amoroso.
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