Brunno Suênio
A Polícia Federal cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na cidade de Itaipava do Grajaú-MA, no âmbito da Operação Clientelismo, decorrente do inquérito policial que investiga um esquema de transferência fraudulenta de domicílio eleitoral e compra de votos realizado por vários indivíduos. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).
Entre os investigados, há candidatos no pleito eleitoral de 2024 e uma servidora que prestou serviços à Justiça Eleitoral em Itaipava do Grajaú/MA.
De acordo com a PF, o esquema criminoso funcionava a partir do aliciamento de eleitores residentes na zona rural de Jenipapo dos Vieiras e Grajaú, com foco principal em indígenas das Aldeias São Pedro dos Cacetes (município de Jenipapo dos Vieiras) e Aldeia Coquinho 2 (município de Grajaú), além dos eleitores do Povoado Alto do Coco (município de Grajaú). Os eleitores eram convencidos a transferir seus domicílios eleitorais para a cidade de Itaipava do Grajaú, sob a promessa de recebimento de cestas básicas, materiais de construção, gado, construção de estradas e instalação de energia elétrica, além de serem induzidos a votar nos candidatos indicados pelo grupo.
As transferências de domicílio eleitoral para Itaipava do Grajaú/MA eram realizadas somente com a apresentação do documento de identidade, sem a exigência de nenhum tipo de comprovante de endereço ou declaração de domicílio.
A operação de hoje tem relação com a atuação da Polícia Federal na Terra Indígena Urucu-Juruá no dia das eleições deste ano (06). Na ocasião, policiais federais, juntamente com a Polícia Civil, Polícia Militar e Exército, realizaram a desobstrução da via de acesso à Aldeia Urucu, onde havia seções eleitorais.
O bloqueio foi realizado por indígenas locais e visava chamar a atenção das autoridades sobre a transferência fraudulenta de domicílio eleitoral de dezenas de indígenas de outras cidades (Grajaú, Jenipapo dos Vieiras e Arame) para Itaipava do Grajaú. Segundo as lideranças indígenas, a maioria dos eleitores que transferiram seu domicílio eleitoral iria votar na seção que fica na Aldeia Juruá. Assim, a intenção dos indígenas era impedi-los de votar.
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