As investigações sobre a origem do petróleo que contamina todo o litoral do Nordeste se concentram, na fase atual, em 23 embarcações suspeitas. O trabalho é conduzido pela Marinha e Polícia Federal.
O cruzamento de informações, conforme apurou a reportagem, apontam que, na região investigada, havia embarcações de diversas origens. O trabalho se concentra em cruzar rotas mais usadas no transporte de petróleo e a direção que as toneladas de óleo tomaram até chegar às praias do Brasil.
Conforme mostrou o Estado nesta terça-feira, 8, o material identificado até agora em amostras tem a “assinatura” do petróleo da Venezuela, ou seja, a composição da borra é de origem venezuelana, conforme estudos da Petrobrás e da Marinha.
A hipótese de que o petróleo lançado no mar brasileiro seja fruto de um naufrágio está praticamente descartada pelo governo. Uma das linhas de investigações, segundo uma fonte que participa das apurações, considera, inclusive, o tráfego de “navios fantasmas”, embarcações criminosas de piratas que poderiam atuar no contrabando de petróleo.
O governo continua a tratar do tema com sigilo. Nesta quarta-feira, 9, durante audiência na Câmara dos Deputados, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que, “ao que tudo indica, se trata de um navio estrangeiro”.
Questionado pelo Estado sobre o assunto, o ministro afirmou que a pasta tem atuado para conter os danos e recolher o material que chega às praias. Mais de 100 toneladas de borra de petróleo já foram recolhidas. O trabalho é de difícil execução porque o petróleo não avança sobre a lâmina d’água, mas no fundo do mar, até chegar ao litoral.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
Mancha de óleo no Nordeste ameaça tartarugas, aves e peixe-boi
Investigações identificam óleo venezuelano em praias do Nordeste
Veja a lista de praias e outros pontos atingidos por óleo no Nordeste
Ver todos os comentários | 0 |